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Banco de Portugal admite possibilidade de crimes na gestão de Ricardo Salgado no BES

Portugal

O Banco de Portugal (BdP) admitiu, na quarta-feira, logo após o anúncio de prejuízos semestrais de 455 mil milhões Kz (3,5 mil milhões de euros) no Banco Espírito Santo (BES), que a gestão de Ricardo Salgado, ex-presidente do banco, e Morais Pires, administrador, protagonizou "factos" que agravaram as contas do da instituição financeira e que "indiciam a prática de actos de gestão gravemente prejudiciais para os interesses" do BES.

Segundo um comunicado do supervisor bancário português, tais actos constituíram um "claro incumprimento das determinações" do BdP.

Ou seja, o Banco de Portugal admitiu que possa ter havido a prática de crimes no BES, banco que detém em Angola o BESA. Caso se confirmem as práticas de gestão de Ricardo Salgado, o BdP referiu que "serão extraídas as necessárias consequências em matéria contra-ordenacional e, porventura, criminal".

Após a divulgação dos resultados semestrais do BES, o Banco de Portugal, o prejuízo histórico do banco levou o rácio utilizado para medir a solidez financeira do banco para um valor inferior ao mínimo exigido pelo supervisor. O BES diz que tem um Core Tier 1 de 5%, quando o mínimo exigido por lei é 7%.

O novo presidente do BES, Vítor Bento, também fez referências a práticas de ilícitos, tanto no comunicado de divulgação de resultados como naquele em que fala do futuro do banco: "os resultados parecem indiciar a existência de eventuais violações de normas legais". "Tais indícios irão ser devidamente investigados e, se for o caso, comunicados às autoridades competentes para os fins legalmente previstos", admitindo mesmo processar a gestão de Ricardo Salgado.

O Banco de Portugal suspendeu de funções Joaquim Goes, António Souto e Rui Silveira, administradores dos pelouros de auditoria, compliance e gestão de risco.

"Independentemente da avaliação das responsabilidades individuais no âmbito da auditoria forense, o Banco de Portugal considera que os indícios da prática de actos prejudiciais aos interesses do BES e em violação das determinações emitidas não são compatíveis com a manutenção em funções dos titulares dos órgãos de administração com os pelouros de auditoria, compliance e gestão de riscos, bem como dos titulares do órgão de fiscalização", refere o comunicado.

O Espírito Santo Financial Group, entidade do Grupo Espírito Santo que detém 20,1% do BES, fica inibido de votar nas decisões do banco.

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