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Opinião

2025 está a chegar ao fim

EDITORIAL

Não podemos deixar de acrescentar à equação deste ano, o facto de um largo número de angolanos, muitos deles com formação, quadro médios fundamentalmente, estar a desistir e a procurar a sua sobrevivência noutros países. Por um lado, é um rombo na qualidade da força de trabalho da Nação, que como sabemos é o maior desafio do País para se desenvolver e, por outro, gera uma imagem de desconfiança junto dos nossos parceiros internacionais.

O ano está quase no fim. Esta é a nossa última edição de 2025 e só voltamos às bancas e aos écrans dos equipamentos electrónicos no dia 9 de Janeiro. Olhando para trás, ficamos com a sensação que, em termos económicos, as coisas não andaram nem bem nem mal, com o INE a dar uma ajuda com a mudança de métodos de cálculo dos principais índices macroeconómicos, que acabaram por "dourar" um pouco os valores e alimentaram esta sensação de que afinal nem tudo foi mau.

A inflação caiu de forma significativa, o desemprego baixou e o PIB cresceu um pouquinho, embora vá fechar o ano com uma taxa inferior ao aumento da população, o que em termos práticos significa que há menos riqueza para cada angolano. As más notícias vieram das receitas petrolíferas que baixaram significativamente, e face à conjuntura mundial e às condições objectivas de produção no nosso território, deixam a quase certeza que a tendência é esta, continuarem a diminuir.

O sector não petrolífero está a crescer, embora a tão falada diversificação económica esteja a andar devagarinho, mas as "ameaças" da máquina fiscal em se tornar cada vez mais dura e inflexível, pode voltar a atirar muitas empresas para o informal ou para o encerramento.

O perigo das receitas fiscais baixarem é real, pois a estratégia de ter cada vez mais contribuintes a pagar para que cada um possa pagar menos não se sincroniza com este desejo de cobrança de mais e mais, que, diga-se, está a "matar" muitos dos pequenos e médios empreendedores.

Também não podemos deixar de acrescentar à equação deste ano, o facto de um largo número de angolanos, muitos deles com formação, quadro médios fundamentalmente, estar a desistir e a procurar a sua sobrevivência noutros países. Por um lado, é um rombo na qualidade da força de trabalho da Nação, que como sabemos é o maior desafio do País para se desenvolver e, por outro, gera uma imagem de desconfiança junto dos nossos parceiros internacionais.

E não é com a conversa que "só fazem falta os que cá estão" que isto se resolve. É com investimentos sérios em educação e saúde, que continuam a ser os parentes pobres da execução dos OGEs, na mobilidade urbana e interprovincial, no acesso à habitação, nas oportunidades de emprego e de empreendedorismo, no respeito pela liberdade de opinião, na implantação da meritocracia na administração pública, etc., etc., etc. Penso que para todos os cidadãos é claro que ainda estamos longe do que queremos para o País.

Mesmo para aqueles que vivem numa nuvem cor-de-rosa por cima das nossas cabeças, onde se alimentam de realizações e sonhos que na verdade não existem na prática, mas apenas nos relatórios internos e nos noticiários de alguns órgãos de comunicação pública.

O que me pergunto é se em 2025 nos aproximámos mais desse objectivo? Essa é a pergunta que todos devemos tentar responder para que possamos ter alguma paz interior e força suficiente para "agarrar" 2026 com garra e vontade para implantar as mudanças que são essenciais para fazer de Angola um território onde todos possamos viver de forma decente, tranquila, honesta, segura e com alguma felicidade.

E isto depende muito do que cada um , individualmente, for capaz de contribuir. Por último, um bom Natal para todos e o enorme desejo de que 2026 nos traga um pouco mais do que tivemos em 2025.

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