Inteligência cultural
Inteligência Cultural ou Quociente Cultural (QC) é a evolução natural de Quociente de Inteligência (QI) e Inteligência Emocional (QE). Os bons líderes precisam de todos os três se querem liderar de forma verdadeiramente eficaz.
Desde o início do século 20, altura em que foram desenvolvidos, os testes de avaliação de QI têm sido uma prática popular. Afinal, o QI ajuda-nos a passar nos exames, conseguir empregos e sermos promovidos. Isso dá-nos respeito e orgulho. Prova, ainda, a nossa capacidade de resolver conceitos e sistemas complexos.
A capacidade de quantificar e medir tudo isso e muito mais tem sido, e continuará a ser, uma perspectiva atraente. Existe, no entanto, a convicção de que a inteligência não se escreve com letra maiúscula. Não existe apenas uma forma de inteligência, mas várias. Esta ideia ganhou destaque em 1996, com o livro Inteligência Emocional, best-seller de Daniel Goleman.
Constatava-se, assim, que a grande liderança não se podia resumir aos factos e raciocínio mental, mas sim sobre a capacidade de compreender e saber interagir com pessoas. Como a QE (inteligência emocional) se tornou uma ideia popular, muitos líderes passaram a perceber a importância de se ser "bom com as pessoas". O perigo nesta frase, no entanto, é que muitas vezes contém uma cláusula oculta, ou seja, não apenas: "Eu sou bom com as pessoas", mas: "Eu sou bom com pessoas como eu". Seremos nós bons com as pessoas que não são como nós?
A fim de responder a essa pergunta, precisamos de entender o que é Inteligência Cultural (QC). Devemos pensar em Inteligência Cultural (QC) como sendo algo que podemos melhorar e desenvolver continuamente ao longo das nossas vidas. A dificuldade está em adquirir essa QC. Podemos fazê-lo através das nossas experiências e conhecimentos, mas também com conhecimentos transmitidos por outras pessoas em quem confiamos, e que confiam em nós o suficiente para nos transmitir o seu conhecimento, ou através de ferramentas e formulários de assessment que nos permitem entender como está a nossa inteligência cultural.
A Inteligência Cultural pode ser entendida como a capacidade de se relacionar e trabalhar eficazmente em todas as culturas. O termo é relativamente recente: as definições iniciais e os estudos dos conceitos foram dados por P. Christopher Earley e Soon Ang no livro Inteligência Cultural: Interacções individuais entre culturas (de 2003) e mais tarde desenvolvida por David Livermore no livro Liderando com Inteligência Cultural.
A inteligência cultural pode ser definida como a capacidade de uma pessoa para se adaptar à medida que interage com outras pessoas de diferentes regiões culturais, e tem aspectos comportamentais, motivacionais e metacognitivos.
As pessoas com QC mais elevado estão mais e melhor capacitadas para se misturar com sucesso em qualquer ambiente, utilizando práticas de negócios mais eficazes, do que aqueles com um QC mais baixo. A Inteligência Cultural (QC) é desenvolvida através de: Meios cognitivos: a cabeça (aprender sobre a nossa própria cultura e a dos outros, bem como a diversidade cultural) Meios físicos: o corpo (usando os sentidos e adaptando os movimentos e linguagem corporal para que se ajustem de forma adequada) Meios motivacionais: as emoções (ganhando recompensas e força a partir da aceitação e do sucesso).