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Opinião

O preço da falta de transparência

Editorial

As casas de câmbio são instituições essencialmente vocacionadas para a compra e venda de moeda.

 

Na última semana, fez eco o facto de um grupo de casas de câmbio virem a público afirmar, sem medo de represálias, que estão a encontrar forte resistência dos bancos comerciais para adquirirem moeda estrangeira, que, no fundo, constitui a base do seu negócio.

À partida, ficamos sem perceber o porquê desta situação, uma vez que as casas de câmbio, licenciadas pelo banco central, também se afiguram como 'peças-chave', sobretudo na estabilidade e no combate à informalidade no mercado de câmbios.

Não podendo participar directamente nos leilões de divisas realizados regularmente pelo Banco Nacional de Angola (BNA), foi determinado que adquirissem o principal objecto do seu negócio junto dos bancos comerciais.

Embora saibamos todos que a actual situação que o País atravessa, causada pelo baixo preço do petróleo no mercado internacional, e que limita a arrecadação de divisas, tem imposto restrições no acesso aos cambiais, pensamos que não é bom para o sistema financeiro pôr fim ao funcionamento das casas de câmbio. Alias, isto é, para o BNA, impensável.

Afinal, o que se passa é que boa parte das casas de câmbio que manifestam tais dificuldades está simplesmente a pagar o custo da falta de transparência. Querendo esconder sabe-se lá o quê do órgão regulador, alguns players escusam-se a enviar informações contendo dados estatísticos da sua actividade.

Cansado de advertir, e como um verdadeiro 'pai' que augura o melhor para os seus filhos, o BNA decidiu pegar no 'chicote' como instrumento de reeducação.

Entretanto, entre as casas que reclamam dificuldades de acesso aos dólares junto dos bancos, nem todas são incumpridoras. O que se estará a passar, em concreto? Há dólares para meia dúzia e nada para outras?

A verdade é que, nesta 'fotografia', os bancos não saem nada bem e começam a ser acusados de promoverem concorrência desleal. Basta sairmos de um banco e, logo à porta, deparamo-nos com as famosas 'kinguilas' exibindo as 'verdinhas' que já se tornaram uma raridade para quem paga impostos e foi licenciado para desenvolver o negócio de compra e venda de moeda.

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