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Opinião

Diversificação

EDITORIAL

Embora estejamos todos novamente de olhos no petróleo, é assim desde a nossa independência que se prepara para comemorar 48 anos, devemos estar conscientes que é necessário trazer outros sectores para alavancar o crescimento e a sustentabilidade da nossa economia. Desde que terminei os estudos, e já vou fazer 60 anos para o próximo ano, que oiço dizer que são os agrodólares e não os petrodólares que podem aumentar a riqueza da nação.

O facto de o Kwanza estar estável há mais de um mês é sempre uma boa notícia, embora o facto que sustenta esta acalmia, a recusa das petrolíferas em cumprir a directiva n.º 7/23 do BNA, que na prática resulta que é o banco central que está a comprar as divisas e depois as repassa ao mercado bancário, possa causar alguma preocupação. Estamos a falar de um regime quase de câmbio fixo em tempos de câmbio livre. Isto quer dizer que é preciso olhar com muita atenção para o momento em que tudo voltar à normalidade, porque, sem querer ser alarmista, pode resultar num novo tombo da nossa moeda.

Mas os deuses da economia parece que estão alinhados com as nossas dificuldades. O preço do petróleo continua a subir, na quarta-feira fechou a sessão a 90,6 USD/barril, os especialistas explicam que ainda pode valorizar mais até ao final do ano, porque é um fenómeno que acontece sempre que o frio aumenta no hemisfério norte do planeta. Também há alguns sinais de recuperação da produção. A preços mais altos a indústria também está mais disponível para novos investimentos, o que pode atenuar um possível impacto negativo sobre o kwanza.

Embora estejamos todos novamente de olhos no petróleo, é assim desde a nossa independência que se prepara para comemorar 48 anos, devemos estar conscientes que é necessário trazer outros sectores para alavancar o crescimento e a sustentabilidade da nossa economia. Desde que terminei os estudos, e já vou fazer 60 anos para o próximo ano, que oiço dizer que são os agrodólares e não os petrodólares que podem aumentar a riqueza da nação.

Mas também as pescas, o turismo, os recursos minerais, a indústria, tudo aquilo que nos habituámos a ouvir e a repetir, ano após ano, mas que no fundo conduziram a nada. A forma mais comum de gerar riqueza no País continua ser o "business", o esquema, o "dá-me se precisas de mim ou de alguma coisa ao meu alcance", com um pensamento de juntar dinheiro para exportar, abrir contas no estrangeiro, que algumas já acabaram confiscadas, comprar casas lá fora que raramente se usa, numa estranha sensação de que "se tiver dinheiro lá fora não vou ter problemas".

Sabem, eu pensava que a nova geração e os novos tempos tinham diminuído estas práticas. Nada mais errado. Se quisermos ser honestos connosco próprios, temos de admitir que há cada vez mais gente a tirar a riqueza do País para fora das nossas fronteiras.

De quem é a culpa? Como se muda este comportamento? O que se pode fazer para que a maioria sinta orgulho e segurança em investir no seu País? São estas repostas que devemos ter antes de pensar que vamos mudar o quer que seja. De pensar em diversificação da economia.

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