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Opinião

Energia solar na mina de diamantes Diavik - um novo caminho para a sustentabilidade da mineração em Angola

CONVIDADO

O uso de energia solar pela Diavik oferece duas vantagens principais: economia dos custos operacionais e impacto ambiental reduzido. A energia eléctrica é um dos componentes mais onerosos na mineração, especialmente em regiões remotas, onde o abastecimento depende muitas vezes de combustíveis fósseis caros e de difícil logística.

A mina de diamantes de Diavik, no Canadá, ganhou as manchetes com o seu uso inovador de energia solar, estabelecendo um precedente para a indústria global de diamantes, especialmente em termos de sustentabilidade e eficiência económica. A transição para a energia renovável, particularmente a energia solar, tem implicações de amplo alcance, desde a redução de impactos ambientais até à melhoria da eficiência operacional. Esta iniciativa abre possibilidades para outros países produtores de diamantes explorarem e implementarem iniciativas semelhantes.

A indústria diamantífera em Angola está num momento crucial de transformação. Embora o país possua recursos naturais abundantes, a sustentabilidade e a competitividade global exigem uma abordagem mais inovadora, eficiente e responsável. A adopção da energia solar, como demonstrado pela mina de Diavik, no Canadá, representa uma oportunidade estratégica para Angola, especialmente considerando o enorme potencial solar do país.

O governo angolano tem tomado medidas significativas para aprimorar o sector mineiro, com destaque para a nova política da comercialização de diamantes, e a transição da exploração artesanal de diamantes para cooperativas semi-industriais. Essas iniciativas, somadas aos investimentos sociais canalizados pelas empresas, através da Fundação Brilhante, e não só, demonstram um compromisso em promover o desenvolvimento sustentável e social das comunidades envolvidas na exploração diamantífera. No entanto, apesar desses avanços, a indústria ainda enfrenta o desafio de equilibrar o desenvolvimento económico com a redução de custos e o aumento da confiança do consumidor.

É aqui que a integração da energia solar pode desempenhar um papel transformador. A utilização dessa fonte limpa e abundante não apenas reduziria os custos operacionais das minas, como também minimizaria a pegada ambiental da exploração de diamantes. Isso seria um diferencial competitivo para Angola e para outros grandes produtores africanos, como o Botsuana, África do Sul e Namíbia, que, além de serem ricos em diamantes, são favorecidos por altos níveis de exposição solar.

Sinergia económica e ambiental

O uso de energia solar pela Diavik oferece duas vantagens principais: economia dos custos operacionais e impacto ambiental reduzido. A energia eléctrica é um dos componentes mais onerosos na mineração, especialmente em regiões remotas, onde o abastecimento depende muitas vezes de combustíveis fósseis caros e de difícil logística. Ao transitar para energia solar, a Diavik reduzirá custos de combustível e diminuirá significativamente as suas emissões de carbono, contribuindo para um perfil ambiental mais sustentável.

Para Angola, um país com alta incidência solar, a implementação de projectos de energia solar pode representar uma oportunidade estratégica para redução de custos a longo prazo e menor dependência dos mercados internacionais de combustíveis, que são voláteis e susceptíveis a flutuações de preços. Além disso, a promoção de energia renovável alinha-se aos objectivos do governo angolano de diversificação da matriz energética, promovendo o desenvolvimento sustentável e a independência energética. A adopção de tecnologias solares não apenas proporcionaria benefícios económicos e ambientais, mas também poderia dinamizar o sector de energia local, atraindo investimentos e criando oportunidades de emprego e inovação.

Restaurando a confiança do consumidor em diamantes naturais

Os diamantes naturais têm enfrentado a concorrência de alternativas cultivadas em laboratório, especialmente em mercados que priorizam o fornecimento ético. Ao adoptar a energia solar, a indústria pode oferecer uma contra narrativa aos diamantes sintéticos, enraizada na autenticidade, sustentabilidade e responsabilidade social. Um diamante extraído usando energia solar conta uma história de compromisso ambiental, permitindo que os produtores de diamantes naturais recuperem a posição moral elevada.

Para Angola, essa mudança pode aumentar o apelo dos seus diamantes, dando a eles uma vantagem competitiva no mercado global. Quando os consumidores sabem que os diamantes que compram não são apenas livres de conflitos, mas também extraídos de forma ecologicamente sustentável, a sua confiança no produto aumentará naturalmente.

Leia o artigo integral na edição 797 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Outubro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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