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Opinião

Fórmula mágica

EDITORIAL

Será difícil ter crescimento económico quando se mudam com uma frequência demasiado ansiosa regras e leis a que os operadores económicos estão sujeitos, numa corrida contra o tempo como se o número de soluções tentadas fosse o remédio para esta doença. Também não me parece que o desenvolvimento económico se faça tendo como base investidores estrangeiros de conduta duvidosa, que, por estarem dispostos a tudo, se centram no País para ganhar o "seu" de forma rápida sem se envolverem muito, com um pé dentro e outro fora, e a mala sempre feita em caso de "fuga" apressada.

Descobrir a fórmula mágica para que o País possa gerar riqueza e desenvolver-se economicamente para patamares francamente acima do crescimento demográfico é o maior desafio para quem governa a Nação. Parece-me que não será seguramente com a transposição de métodos importados em relatórios de consultores que estão a milhas da nossa realidade e que deram certo noutras paragens. Também não me parece que seja com este espírito comunista de querer que seja o Estado a tomar conta de tudo, de limitar o empreendedorismo a uma elite de confiança, nem que seja a criar cenários "cor-de-rosa" na comunicação social pública suportados por discursos feitos tendo como a base das experiências de vida na Maianga e Talatona.

Também será difícil ter crescimento económico quando se mudam com uma frequência demasiado ansiosa regras e leis a que os operadores económicos estão sujeitos, numa corrida contra o tempo como se o número de soluções tentadas fosse o remédio para esta doença. Também não me parece que o desenvolvimento económico se faça tendo como base investidores estrangeiros de conduta duvidosa, que, por estarem dispostos a tudo, se centram no País para ganhar o "seu" de forma rápida sem se envolverem muito, com um pé dentro e outro fora, e a mala sempre feita em caso de "fuga" apressada.

Também me parece que não possa haver desenvolvimento económico sustentado quando temos uma fiscalidade com padrões europeus e uma actividade produtiva ainda débil. Vão sempre pagar os mais organizados, os mais sérios, que acabam por se zangar e tirar o pé do acelerador, sendo que aos informais cria aquele sentimento de nem querer ouvir em entrar para o "lado bom" da economia. Também não me parece que vá resultar se o Estado concorre directamente com a possibilidade de acesso ao crédito pelos privados, porque alimenta os lucros dos bancos com produtos de maior remuneração e menor risco.

Também não me parece que o desenvolvimento económico se faça tendo como base programas especiais de apoio decididos pelo Governo, mas que como se apresentam como a única possibilidade de rentabilizar o empresariado nacional, condicionam objectivamente a iniciativa privada. Também será muito difícil se o Estado se preocupa em ter mais empresas e estar em mais sectores, em vez de garantir as infraestruturas básicas e as condições para que os mais capazes possam desenvolver os seus projectos. O Estado também não pode concorrer com os privados em sectores como a construção, as telecomunicações, os bancos e os seguros, a indústria, a agricultura, etc...

Resumindo, também ainda não cheguei à fórmula mágica. E mesmo que a tivesse certamente que também ninguém queria saber porque isso discute-se no "clube dos mais iluminados". E, infelizmente, quem decide continua a ser muito pouco inclusivo. Não gosta de ouvir.

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