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Opinião

PIB no 1.º Trimestre de 2024

CHANCELA DO CINVESTEC

A nossa população cresce muito e, portanto, o mesmo produto divido por mais pessoas diminui o que cabe a cada um. Por isso é, talvez, mais importante conhecer a variação do produto, não em valor total, mas em valor por cada residente, em valor per capita.

O PIB é a riqueza que produzimos. O que nos interessa na evolução da riqueza produzida não são os valores nominais (em moeda corrente), mas sim em produtos, uma vez que qualquer moeda muda de valor. Os kwanzas de Agosto de 2024 não têm o mesmo valor que os kwanzas de Setembro de 2022, no início da legislatura.

Para calcularmos o valor medido em produtos podemos usar diversas metodologias, nomeadamente valorizando as quantidades a um preço constante (medidas de volume) e encadeando (multiplicando) os índices (medidas encadeadas) para actualizar o peso dos produtos no cálculo. Por isso, o cálculo do INE se chama de medidas encadeadas de volume. É fundamentalmente um cálculo a preços constantes que nos mostra a variação das quantidades de produtos finais, embora contenha um elemento que representa a variação do valor relativo (encadeamento).

Há contudo outras metodologias, nomeadamente a que deflaciona o valor da produção a preços correntes do índice de variação geral de preços. Para esta metodologia calcula-se a média da variação de preços de todos os produtos no mercado, comparando a produção actual a preços actuais e do período anterior, apurando-se a perda do valor da moeda (em deflação será um ganho). Com esta metodologia temos simultâneamente o cálculo da variação das quantidades, mas também dos preços relativos das produções. Em geral estes resultados são muito próximos.

Porém, não em Angola

Como o petróleo pesa cerca de 30% a preços constantes e 38% em valor deflacionado, não é indiferente falar de uma metodologia ou de outra. Na metodologia do INE apuramos a variação das quantidades incluindo as do petróleo (é uma perspectiva importante); na metodologia alternativa apuramos não apenas a variação das quantidades, mas também do seu preço, com especial importância para o petróleo.

Os dados são apresentados muitas vezes sob a forma de índices. Um índice compara um valor com outro. Neste caso, comparamos os valores dos vários trimestres com o trimestre escolhido como base, apresentando os índices, como a relação simples entre as duas quantidades. Um índice 0,95 significa que o valor no trimestre corresponde a 95% do valor no trimestre- -base (-5% que o valor base); um índice 1,20 significa que o valor no trimestre corresponde a 120% do valor no trimestre-base (+20% do que o valor base).

Existem alguns problemas em ambos os cálculos, e questões técnicas importantes, mas não vamos aqui analisá-los. Se desejar aprofundar por favor consulte os relatórios económicos do CINVESTEC.

A nossa população cresce muito e, portanto, o mesmo produto divido por mais pessoas diminui o que cabe a cada um. Por isso é, talvez, mais importante conhecer a variação do produto, não em valor total, mas em valor por cada residente, em valor per capita.

Análise dos dados

Na tabela 1 vemos que, em volume, o índice homólogo sobe de 1,07 para 1,12 (+4,6%) situando- -se 12% acima do início da legislatura: desde há muito tempo que o PIB não era superior ao crescimento da população!

O índice do PIB per capita em volume passa de 1,05 para 1,07 (+1,4%), o que significa que as quantidades produzidas por cada residente aumentaram pela primeira vez em vários anos (1,4%) situando-se 7% acima do início da legislatura.

Usando o cálculo misto (usando como deflatores o IPCN (índice de preços no consumidor nacional, calculado pelo INE para a procura interna e a inflação mundial apresentada no site Statista para a procura externa) o índice em valor deflacionado passa de 0,94 para 0,90 (- -4%), situando-se 10% abaixo do início da legislatura.

O índice do PIB per capita em valor deflacionado passa de 0,92 para 0,86 (-7%), situando-se 14% abaixo do início da legislatura.

Componentes do PIB

Separámos o PIB em 2 componentes: a despesa interna em produtos internos (a produção que fica e é "consumida" no país) e a despesa externa em produtos internos ("exportações").

No gráfico 1 a produção de 2024 está anualizada, dividindo a produção do 1.º Trimestre pelo peso do 1.º Trimestre no conjunto do ano de 2023.A procura interna dos produtos angolanos (DIPI) deflacionada passa de 63 mil milhões de USD em 2022 para 69 mil milhões de USD em 2023 (+9%), mas desce para 66 mil milhões em 2024 (-4%). Apesar deste decréscimo, apresenta ainda um crescimento face a 2022 de 4,5%.

Leia o artigo integral na edição 789 do Expansão, de sexta-feira, dia 16 de Agosto de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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