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"Tive de enveredar para a fotografia institucional por ser muito mais lucrativa"

NAMBI WANDERLEY | FOTOJORNALISTA

Numa incursão sobre os factos e nomes que traçaram o percurso da arte fotográfica, Nambi Wanderley, fotojornalista e também docente universitário, lança a sua primeira obra "História e Evolução da Fotografia em Angola". Com um custo de produção acima dos 20 milhões Kz, o livro foi publicado pela Kilunje Editora e prefaciado por Ricardo Mendonça.

Acaba de lançar o seu livro, qual é o sentimento?

Neste momento, o sentimento é de dever cumprido, tendo em conta as dificuldades e os sacrifícios para trazer essa obra ao mercado.

Conte-nos o seu processo de criação, o que o levou a publicar?

O livro é fruto da minha monografia de fim de curso pela Universidade Independente. Na altura, dissertei sobre esse tema para obtenção do grau de licenciatura, obtendo 18 valores e, por ter sido bem-sucedido, o corpo de jurados recomendou-me a publicar, uma vez que quase não há bibliografia que aborde a temática.

O livro está dividido em cinco capítulos. Que temas aborda?

No primeiro capítulo, aborda-se a história e o surgimento da fotografia no mundo, mais concretamente sobre a primeira fotografia registada, feita pelo francês Joseph Nicéphore Niépce (1765 - 1833), em 1826, bem como a institucionalização do Dia Mundial da Fotografia, comemorado a 19 de Agosto e outros intervenientes. No segundo capítulo, aborda- -se a história e evolução da fotografia em Angola, que dá título ao livro, desde a era colonial até 1975, e depois de 1975 a 1992 e de 1992 até à actualidade.

É como se fosse viagem sobre a história.

No terceiro capítulo, o livro aborda os desafios e perspectivas, as novas tecnologias, olhando para os dias de hoje, em que a fotografia é altamente digital, em que os softwares acabam por pensar, retirando parte da perícia humana. Mas também os desafios que a fotografia tem, pela sua rápida expansão. O quarto capítulo tem a transcrição de entrevistas com pessoas que têm muita informação para partilhar e, a meu ver, cada um deles poderia publicar uma obra. É uma forma de fazer um tributo. Sendo um livro académico, é importante a citação de algumas fontes e, sendo elas orais, senti a necessidade de escrever um capítulo. Baseando-me também nos argumentos do segundo e terceiro capítulo, citei-os para testemunhar ou confirmar os dados levantados. No quinto capítulo, sendo um livro de fotografias e sendo profissional da área, ilustrei com fotos inéditas minhas.

Quem foram os entrevistados e o critério de selecção?

Bernardo Sobrinho, Carmona Somano, Mário Roças, José António Pinto Afonso, Domingos Augusto, Paulino Damião "50", Rogério Tutti, António Paulo Oliveira Pinga, Carlos Guimarães, Maria Augusta, Mário Nóbrega, Samy Manuel, José Armindo, Quintiliano dos Santos e Adebayo Vunge, incluindo-me também entre os entrevistados. Quanto à selecção, foi um pouco pela disponibilidade das pessoas, sendo uns mais experientes e outros mais novos, mas todos são referências do mercado. Tentei outras, mas não se disponibilizaram.

Porquê o Adebayo Vunge, não sendo fotógrafo?

Eu explico. Não entra como fotógrafo, mas na altura das pesquisas ele acabava de lançar o seu livro "A Credibilidade dos Media em Angola", onde fez uma incursão sobre a fotografia em Angola, o que me levou a entrevistá-lo também.

Qual foi o custo de produção?

Prefiro não me focar nos custos de produção, mas posso adiantar que foram muito elevados. Só para que tenha noção, algumas das pesquisas foram feitas em Portugal, com outra editora e correctora, custeada em euros. Já no País, juntamo-nos à Kilunje para fazer a revisão e fez-se uma nova capa, mais representativa.

Qual foi a tiragem e quanto vai custar o livro?

A tiragem é de mil exemplares e o livro custará 20 mil Kz. Agora, para se perceber os custos envolvidos, nem a este preço, ainda que venda todos os exemplares, vamos cobrir os custos de produção

E o público-alvo ao qual é dirigida a obra? Apenas fotógrafos?

A obra é direccionada para todos os que desejem adquirir algum conhecimento. Claro que os do sector têm maior "obrigação" em consultar para saber os meandros da fotografia no País. Durante muito tempo, trabalhei em revistas de life style e acompanhei o crescimento de muitas figuras públicas, e quem o consultar poderá ver essas imagens inéditas de muitas personalidades dos vários segmentos da sociedade. O livro é para todos!

Leia o artigo integral na edição 799 do Expansão, de sexta-feira, dia 25 de Outubro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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