Angola deve organizar o sector das commodities
A antiga secretária da Organização Inter-Africana do Café (OIAC), Josefa Correia Sacko, afirmou em Luanda, que o país deve organizar melhor o sector das commodities (produtos de base) para fazer um melhor aproveitamento dos produtos desta fileira.
Em declarações à Angop, Josefa Sacko disse que o país deve sim produzir café, mas deve agregar valor e industrializar para criar postos de trabalho e reduzir a pobreza.
Lembrou que o Executivo angolano tem um programa de diversificação da economia mas ao nível do sector agrícola o café deve estar na primeira linha devido à importância deste produto de base no mercado internacional.
O café é o segundo produto de base mais comercializado mundialmente. Em África cerca de 25 países dependiam há alguns anos das receitas deste grão para o equilíbrio da balança de pagamento, mas hoje,
devido à fraca produção do continente muitos destes países estão a passar por dificuldades .
Informou que em relação à vários países africanos Angola tem uma vantagem comparativa, pois o país tem terras aráveis e uma qualidade de café reconhecida no mercado internacional.
Em relação à cafeicultura angolana, Josefa Sacko referiu que o quadro actual é preocupante, pois verifica- se uma falta de interesse por parte dos agricultores, apesar do Instituto Nacional do Café de Angola (Inca), estar a implementar várias actividades para a sua revitalização.
Segundo disse, o café tem a vantagem de ser um produto de base cotado no mercado internacional, cujos níveis hoje são aceitáveis e deveria incentivar qualquer agricultor.
Na opinião de Josefa Sacko, hoje torna-se necessário modernizar a agricultura angolana, incentivar a nova classe de agricultores dotando-os de conhecimento e de novas tecnologias, ao mesmo tempo que os institutos de agronomia devem estar equipados de forma a preparar a juventude.
Por outro lado, e na óptica de Josefa Sacko, o sector deve fazer mais marketing sobre as vantagens do sector agrícola, utilizando para tal a média para sensibilizar os jovens.
Disse também que o Instituto de Investigação Agrária deve apoiar os agricultores a mitigarem as questões climáticas, as pragas e doenças, sendo para tal necessário capacitar os centros de investigações.
"Acho que o nosso Executivo está a trabalhar neste sentido, mas também é bom que os agricultores se organizem em cooperativas para superarem este problema", referiu.
A antiga secretária geral da OIAC é de opinião que país deve ter mega projectos para o relançamento efectivo da produção de café.
Angop/Expansão