Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Angola

Subsídios aos combustíveis custaram o triplo do que o Estado gastou em Saúde ou Educação

ENTRE 2021 E O I SEMESTRE DE 2024

O Governo continua a não divulgar o calendário para o fim da subsidiação aos combustíveis, mas é certo que este ano os preços vão subir, pois vem aí mais um financiamento do Banco Mundial, de 500 milhões USD, para apoiar tesouraria em troca de reformas: uma delas é avançar com a retirada dos subsídios.

Angola gastou quase 9,1 biliões Kz na subsidiação aos combustíveis entre 2021 e o I semestre de 2024, o triplo do que o Governo executou em despesas de Educação ou Saúde no mesmo período, de acordo com cálculos do Expansão com base em dados do Ministério das Finanças e da Conta Geral do Estado.

Contas feitas, nestes quatro anos e meio o Estado gastou quase 15 mil milhões USD (às respectivas taxas de câmbio de cada um dos anos) a subsidiar o consumo de gasóleo, gasolina, gás liquefeito e petróleo iluminante. Um valor astronómico que compromete as finanças públicas ao ponto de Angola hoje para fazer obras públicas estar obrigada a pedir empréstimos ao estrangeiro já que as receitas praticamente só servem para "bancar" o elevado serviço da dívida, salários da função pública e subsídios. Cria, assim, um ciclo vicioso de dívida para pagar dívida, comprometendo aquelas que devem ser as apostas fundamentais para o futuro do País, como são a Educação e a Saúde, que até têm sido dos sectores mais penalizados pela crise que o País tem enfrentado na última década (o Governo acaba por nunca executar as despesas previstas no OGE para estas áreas).

Entre 2021 e o I semestre de 2024, as despesas por função Educação consumiram quase 3,2 biliões Kz, enquanto as despesas com Saúde gastaram quase 3,1 biliões Kz. Contas feitas, em despesas com Educação e Saúde neste período os cofres públicos gastaram quase 6,3 biliões Kz, equivalentes a 69% daquilo que o Estado gastou na subsidiação aos combustíveis. Neste período, o gasóleo foi o combustível que mais absorveu recursos públicos já que na sua subsidiação foram gastos praticamente 5,6 biliões Kz, quase tanto como aquilo que o Estado executou em Educação e Saúde juntas.

Segue-se a gasolina, cuja subsidiação custou 2,6 biliões Kz. Em menor escala, o LPG (gás liquefeito) consumiu 143,7 mil milhões Kz e o petróleo iluminante 92,7 mil milhões.

Leia o artigo integral na edição 812 do Expansão, de sexta-feira, dia 07 de Fevereiro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo