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Angola

Baixo investimento em serviços básicos limita produtividade e mobilidade social

O combate à pobreza é o maior desafio do país

Angola investe apenas um quarto do necessário para cumprir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável ao nível do acesso à água e saneamento básico. Cenário tem influência directa na mortalidade infantil e desnutrição, realidade que perpetua os ciclos de pobreza e coloca em causa o futuro do País

A despesa anual no sector da Água, Saneamento e Higiene (ou WASH, na sigla em inglês) durante o período 2009-18 foi em média 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) ou 376 milhões USD, um valor muito inferior ao investimento público efectuado nos Transportes ou na Energia. Os níveis actuais de investimento cobrem menos de 25% do necessário para atingir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030, realidade que amputa o potencial produtivo da maioria dos angolanos, revela um estudo do Banco Mundial publicado recentemente.

Os impactos desta realidade são extensos e condicionam o desenvolvimento da maioria da população, carregada com doenças desde tenra idade que depois resultam em menor rendimento escolar e intelectual, para além de atrasos no desenvolvimento físico com consequências negativas para o futuro do País. Entre 2000 e 2017 a taxa de acesso a serviços de abastecimento de água aumentou apenas 4 pontos percentuais, de 62% para 66% da população, o que contrasta com um aumento médio regional de 55% para 74% durante o mesmo período.

No geral, a despesa pública total em Angola diminuiu para menos de metade nos últimos anos, de um máximo de 45% do PIB em 2009 para um mínimo de 19,7% em 2018. Historicamente, os níveis médios de despesa têm estado ao nível das economias comparáveis, no entanto, desde 2014, apenas a Nigéria gastou menos. Os dados constam de um longo diagnóstico do sector WASH publicado, em Julho, pelo Banco Mundial, que demonstra claramente a correlação entre a pobreza extrema, a baixa prestação de serviços básicos como o acesso a água potável e saneamento e a ausência de investimento público robusto.

(Leia o artigo integral na edição 647 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Outubro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)