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Angola

Desactualização das cartas náuticas angolanas e falta de técnicos qualificados periga navegação marítima

Portugal promete devolver toda informação hidrográfica e cartográfica de Angola no em dez anos

A desactualização das cartas náuticas angolanas e a falta de técnicos qualificados perigam a navegação marítima nacional. Portugal é detentor dos dados hidrográficos e cartográficos de Angola, mas promete devolver toda informação nos próximos dez anos

O Instituto Hidrográfico e de Sinalização Marítima de Angola (IHSMA) e o Instituto Hidrográfico de Portugal (IHP), celebraram esta terça-feira, 6, um acordo ilimitado de cooperação para a promover os ramos da Hidrografia, Navegação Náutica, Cartografia, Oceanografia, bem como a formação de quadros angolanos.

O protocolo foi assinado pelo director-geral do IHSMA, Manuel Narciso e o director-geral do IHP, Carlos Soares. O secretário de Estado para a Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Carlos Borges, testemunhou o acto.

O director-geral do IHSMA, Manuel Narciso disse que vai a cooperação vai permitir os dois institutos desenvolverem várias actividades da cartografia entre outros e a formação de quadros angolanos para poder dar o suporte técnico e científico nesta actividade que é muito importante para a segurança marítima.

"Temos neste momento, muitos projectos no sector marítimo, tendo em conta que vai entrar em funcionamento o serviço de cabotagem na área norte - Cabinda Soyo - e precisamos de mais know how técnico para garantir a segurança da navegação", partilhou o responsável.

Manuel Narciso acrescentou que a sua equipa vai trabalhar com o IHP para a colheita de dados para a actualização da carta náutica, que será entregue no primeiro trimestre de 2022. "Os portos estão com as cartas desactualizadas. Há muito tempo que não fazemos actualização", revelou o dirigente.

Relativamente as despesas para a implementação do projecto, Manuel Narciso explicou que a actualização da primeira carta náutica do Porto de Luanda não acarreta custo nenhum. Os levantamentos de outros portos como Cabinda, Soyo, Lobito Namibe e Amboim, vão acarretar custos.

"Todas estas infra-estruras portuárias têm que ter cartas actualizadas. Estamos num processo em que precisamos ser membros da Organização Hidrográfica Internacional (OHI) que oficializa os trabalhos técnicos".

Por sua vez o director-geral do IHP, Carlos Soares, disse que o protocolo vai permitir transmitir conhecimento de maneira que Angola cada vez mais fique autónoma no sentido de poder tratar da sua cartografia náutica. Dito de outro modo, tratar das cartas dos seus mapas marítimos, para permitir os navios navegar em segurança.

Tendo em conta que Portugal detém os dados hidrográficos e cartográficos, o responsável explicou que dentro de dez anos toda informação vai ser passada para as autoridades angolanas.

Quanto a formação de quadros angolanos, Carlos Soares garantiu que começa no primeiro trimestre de 2022, em Portugal. "Queremos atingir resultados em tempo útil que sejam impactantes. É um protocolo vasto que implica várias áreas que vai ser ministrado tanto em Portugal como em Angola", partilhou.

A segurança é fundamental para melhorar a operacionalização dos portos de Angola e para melhorar tudo aquilo que tem a ver com o comércio de bens através dos portos.

Ou seja, um melhor conhecimento dos fundos marinhos e uma melhor segurança dos navios vai permitir, por exemplo, que os custos dos bens importados ou exportados diminuam face ao facto de haver maior segurança e maior garantia.

O secretário de Estado para a Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Carlos Borges, explicou que 95% da actividade de importação passa pela via marítima. "O acto enquadra-se na estratégia marítima nacional para as reformas do Estado com a finalidade de se garantir uma melhor navegação para os transportes marítimos nacionais e internacionais.