Eugênia Barthelmess é a nova embaixadora em Angola, Rafael Vidal a caminho da Ucrânia
Desde a reeleição de Lula da Silva que a relação diplomática entre Angola e o Brasil está em fase de recuperação, após as convulsões geradas pelos processos judiciais que visaram empresas brasileiras que actuam em Angola
A diplomata brasileira já recebeu o aval do governo angolano, segundo uma nota do governo do Brasil publicada segunda-feira, 3, depois de ter sido indicada por Lula da Silva para substituir o diplomata Rafael Vidal, que ocupou a posição em Luanda desde 2020. Antes da última nomeação, Eugênia Barthelmess, de 65 anos, foi embaixadora do Brasil em Singapura.
A formalização total ainda depende do Senado e do próprio calendário eleitoral e administrativo brasileiro, o que significa que a chegada de Barthelmess a Luanda apenas será concretizada durante o segundo semestre do ano. Também a realização de eleições municipais no Brasil pode ter algum efeito nos trâmites formais.
O último embaixador brasileiro em Angola, Rafael Vidal, foi indicado para a Ucrânia, onde também já recebeu o aval do governo ucraniano.
Depois de um período de grande aproximação entre Angola e Brasil, especialmente durante os primeiros mandatos de Lula da Silva como Presidente daquele país, o momento é de relançamento das relações bilaterais depois de um claro arrefecimento devido aos efeitos colaterais da operação Lava Jato e à eleição de Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil.
Após a visita oficial de Lula da Silva a Angola em 2023, onde ficaram estabelecidos novos objectivos (com Angola a manifestar interesse na retoma das linhas de financiamento do Brasil) e novas áreas de cooperação, com destaque para o sector produtivo, como são os casos da agricultura e pecuária.
Natural de Curitiba (estado do Paraná), Eugênia Barthelmess obteve licenciatura em Letras, com ênfase em Língua e Literatura Inglesa, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). No ano de 1986, concluiu o mestrado em Letras pela mesma instituição.
Depois de concluída a formação na academia diplomática brasileira, tomou posse no cargo de terceira secretária em 1990. Desde essa altura que exerceu diversos cargos na diplomacia e, em 2015, foi promovida a ministra de primeira classe, o mais elevado grau da carreira. Estava em Singapura desde 2019.