Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Angola

Menos empresas registaram constrangimentos no exercício da sua actividade

Dados do INE para o I trimestre de 2022

Especialistas explicam que a queda do número de empresas com limitações no exercício da sua actividade económica é um bom indicador para a recuperação da confiança dos empresários na economia angolana.

Em termos de desempenho económico, no primeiro trimestre deste ano, houve menos empresas, em quase todos os sectores, a registarem constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades, comparativamente ao mesmo período de 2021, de acordo com o relatório do INE . Este é um indicador de que os empresários e gestores empresariais iniciaram o ano económico mais optimistas em relação à evolução da economia angolana no curto prazo.

No entanto, a falta de matérias-primas, as frequentes avarias mecânicas nos equipamentos e a reduzida carteira de encomendas foram as principais dificuldades registadas pelas empresas. A isto acresce-se, também, a falta de mão-de-obra especializada, as dificuldades financeiras e os equipamentos insuficientes.

O economista José Lopes diz que é um bom início do ano para as empresas e gestores empresariais do sector da indústria transformadora, turismo, comércio, comunicação e indústria extractiva. Entende por isso, que cabe ao Governo manter as reformas económicas e os apoios financeiros às empresas para que a actividade empresarial se desenvolva sem grandes constrangimentos. "A política monetária do Estado deverá ser mais inclusiva, para que as empresas tenham os apoios financeiros e administrativos para desenvolverem as suas actividades sem grandes constrangimentos", disse o economista.

Por sua vez, o presidente da AIA, José Severino, diz que a conjuntura económica às construtoras ainda é desfavorável, mas realça que há melhorias neste sector. "Estamos a ver muitas obras que tinham sido abandonadas que foram retomadas e isto para nós é positivo porque indica um reanimar do mercado da construção, embora ainda não seja o suficiente para aquecer o mercado da construção a nível nacional. O patrão dos patrões explica que menos empresas tiveram constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades em comparação ao mesmo período do ano passado.

A principal queixa das construtoras prende-se coma a falta de materiais, o nível elevado das taxas de juros e a insuficiência da procura, excesso de burocracia e a deterioração das perspectivas de venda.Já para as empresas do sector da comunicação, as dificuldades financeiras e a concorrência foram os principais constrangimentos. Não menos importante, a pouca procura, as dificuldades na obtenção de créditos bancários, o excesso de burocracia e regulamentações estatais, também constrangeram as empresas do sector.

O economista José Lopes afirma que entre os sectores avaliados, o do comércio (cuja confiança até caiu) sinalizou boas perspectivas na variável de vendas futuras. Entretanto, no parecer dos empresários deste sector, a insuficiência da procura, as dificuldades financeiras, o excesso de burocracia e as regulamentações estatais, foram os principais constrangimentos registados, a que se junta a ruptura de stocks e os preços de venda demasiado elevados.