Novo mercado municipal do Dande abre portas em Maio
Executivo local quer reduzir a informalidade da economia na região. Abertura de institutos superiores e obras para a construção de nova centralidade na comuna da Mabubas também estão na agenda, revela ao Expansão o administrador municipal, Mateus Diogo Manuel.
O novo mercado do Dande será inaugurado até Maio, revela, ao Expansão, o administrador do município. Segundo Mateus Diogo Manuel, o projecto está na agenda do governo da província no sentido de abrir novos centros comerciais no âmbito do programa de combate à informalidade do Ministério da Economia, conduzido pelo Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM).
"O objectivo passa também por criar condições mais dignas para as pessoas que exercem esse tipo de actividades na nossa cidade", afirma o responsável, para quem o novo mercado vai reduzir também a circulação dos vendedores ambulantes nas ruas do Dande.
Para além da construção dos novos centros de comércio, o executivo local prevê a criação de um novo ordenamento do trânsito rodoviário no município- sede da província, explica. "Os visitantes que chegam à nossa cidade deparam-se logo com vendedores ambulantes, comercializando diversos produtos. Ao olharmos para isso, tivemos de construir um novo mercado e colocá-lo à disposição dos munícipes, para além de levarmos a cabo a ordenação do trânsito local", afirma.
Outras políticas de acção para este ano, segundo o administrador, dizem respeito à infra-estruturação de unidades sanitárias. Para este projecto, está em curso a construção de cerca 45 unidades sanitárias, designadamente centros de saúde nas sedes comunais. O projecto integra mais três unidades hospitalares, das quais uma está localizada no Dande, na zona da açucareira, havendo ainda o Hospital Abel dos Santos, na comuna de Caxito.
Para o sector da educação, o administrador anuncia a construção de novas instituições de ensino superior e outras para o primeiro e segundo ciclos. Segundo Mateus Manuel, o ciclo escolar já abrange todas as extensões das sedes comunais, o que contribuiu para redução da deslocação de estudant es para outras regiões para concluírem o ciclo médio.
"Na educação, temos já um nível de desenvolvimento bastante grande. Temos o segundo ciclo em todas as sedes comunais, e isso implica que ninguém tem de deixar as sedes comunais para as sedes dos municípios, para fazer o ensino médio", defende.
Apesar das metas já alcançadas, Mateus Diogo afirma ser ainda "necessária a reabilitação de algumas escolas da região, devido ao avançado tempo de vida das infra-estruturas". E elogia o facto de não haver falta de professores em todos os ciclos de formação primária e média, respectivamente. "Agora, o desafio é construir algumas salas de aulas nas novas zonas que estão a surgir", antecipa, acrescentando que Dande "é o município-guardião" e o que "mais serviços e maior acesso de desenvolvimento concentra".
Mais escolas no Bengo
Ainda sobre o programa de construção de novas instituições de ensino superior, Mateus Diogo anuncia que, dentro do plano de acção do governo local, está integrado o projecto de construção de um pólo universitário na cidade de Caxito, o que, diz, vai responder às necessidades da população académica da região.
"Reconhecemos que não há capacidade suficiente para todos poderem ingressar no superior, porque a procura é ainda maior do que a oferta. Mas o que nos anima é saber que o governo da província tem já essa preocupação", diz Mateus Diogo, antevendo a abertura da região académica do Bengo.
Se se concluírem as obras, explica, "vamos reduzir circunstancialmente a procura e garantir maior possibilidade de os jovens ingressarem no ensino superior em diversas áreas do saber".
"Nesta altura, estamos quase limitados, porque temos a escola superior pedagógica e são apenas leccionadas as cadeiras de Pedagogia, Psicologia, Matemática, Língua Portuguesa e História", acrescenta, prevendo um aumento de especialização com a abertura de novos segmentos de estudos.
Ainda assim, segundo o dirigente, antes da finalização das obras da novas instituições, "os candidatos têm já alguma opção", nomeadamente o Instituto Superior Técnico de Angola, para além do ramo de Direito". "São muitas áreas que ainda não estão incluídas, mas, com a entrada em funcionamento do Pólo Universitário de Cabocha, o assunto estará ultrapassado, porque serão agregadas novas disciplinas do saber", diz.
Sobre o plano de construção de habitações, o administrador avança que está prevista a construção de novas centralidades na região das Mabubas, para além de 2.000 apartamentos, a cargo da Sonip. "Vamos erguer uma centralidade, que vai ser construída na comuna das Mabubas, e os primeiros passos já foram dados, sobretudo na infra- estruturação da zona", adianta, defendendo que os próximos cinco anos "são de boas previsões" para o município.
Para já, o executivo "aguarda o início das obras de construção da centralidade". A construção de habitações faz parte do plano de expansão da cidade, que, segundo o administrador, "deve passar pela zona das Mabubas", onde estão já a ser construídas as direcções provinciais.
Nelson Rodrigues