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Angola

Partidos na oposição acusam GPL de abandonar ruas onde têm as suas sedes

ESTRADAS EM MAU ESTADO DE CONSERVAÇÃO HÁ VÁRIOS ANOS

O Centro Logístico de Talatona é um exemplo de uma zona que sofre há demasiado tempo com uma estrada muito degradada, que penaliza moradores e empresas que operam no local. É um cenário comum a muitos outros onde estão instalações de partidos da oposição. GPL diz que obras vão avançar.

Os partidos na oposição sentem- -se descriminados e acusam o Governo Provincial de Luanda (GPL) de deixar ao abandono as ruas onde têm as suas instalações em vários pontos da capital, denunciado o estado precário em que se encontram várias estradas junto às suas sedes. Ao Expansão, os partidos queixaram-se de exclusão social e falam em "neocolonização", enquanto o GPL os acusa de oportunismo, adiantando de que está na agenda a intervenção em vários destes locais.

Em muitos destes casos, tratam-se de vias de acesso estruturantes e grande circulação de veículos, onde existe serviços de táxi e transporte de mercadorias, que não têm beneficiado de obras de manutenção, sendo que algumas nunca foram alvo de intervenção por parte do Estado, pelo facto de, segundo moradores, estarem ali instaladas instalações de partidos da oposição.

É o caso, por exemplo, da estrada direita do Calumbo (município de Viana), também conhecida como estrada das Jembas, ou da rua da UNITA, ou da rua do Centro de Conferências do PRS (bairro Capalanca, Viana), bem como das ruas do Centro Logístico em Talatona, ou da rua da sede da FNLA no bairro Neves Bendinha, muitas delas em mau estado de conservação, prejudicando moradores e quem passa naqueles locais.

"O Governo não repara esta via por causa da UNITA", disse ao Expansão um automobilista que trabalha numa empresa de transformação de ferro sediada na rua das Jembas. Uma afirmação também avançada por moradores e moto taxistas que circulavam naquela via.

"Não é normal que uma estrada de muito trânsito como esta, que dá acesso a grandes empresas e onde passam meios que transportam diferentes tipos de cargas, que ajudam a economia do País, ficam assim desde jeito. Não vejo outra forma de justificar isto se não discriminação política porque está aqui o comité de um partido", afirmou um morador da zona que se identificou apenas por Jerónimo.

Quase todos os partidos na oposição partilham da mesma opinião, afirmando existir no País discriminação política, exclusão social e dois pesos e duas medidas em relação aos partidos e as zonas onde têm instalações.

"Tal como a população, nós também nos temos questionado sobre qual a razão de ruas estruturantes como estas não são intervencionadas há muito tempo. Mas com o tempo, se se confirmar que a população está a ser vítima da presença de estruturas da UNITA neste corredor, é uma vergonha e vai confirmar-se que a nossa política é "suja"", afirmou o secretário-geral da UNITA, Álvaro Chikuamanga, adiantando que nunca lhes foi comunicado porque é que essas zonas não são alvo de intervenção e requalificação.

Chikuamanga salienta que "estamos diante de uma política de exclusão social", considerando que os cidadãos não podem sofrer com este tipo de retaliações políticas: "Se o caso é não querer potenciar a imagem dos partidos na oposição, desta forma acaba por sacrificar o cidadão indefeso porque muitos passam nestas ruas e não são militantes de nenhum partido", sublinhou.

Já para o presidente do PRS, Benedito Daniel, com os recursos que o País tem já era "tempo de termos, pelo menos, todas as ruas de Luanda devidamente asfaltadas, para não dizer do País todo, uma vez que há recursos suficientes". Mas, segundo o Benedito Daniel, existem ainda muitos constrangimentos de consciência. "Em 2021, a comissão do bairro onde vivo decidiu recolher contribuições para alugar uma máquina e fazer trabalhos de melhorias de acesso às nossas ruas e eu participei. Fizeram o trabalho e as obras terminaram a alguns metros da minha casa, com alegações de que sou do PRS e eu devo reparar o resto", contou.

Leia o artigo integral na edição 777 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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