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Angola

Seguro automóvel obrigatório mais barato custa um pouco mais 30 mil Kz

ANALISÁMOS OS PREÇOS DAS CINCO PRINCIPAIS SEGURADORAS

Os prémios dos seguros obrigatórios para os veículos automóveis não diferem muito, sendo que os mais baratos, anuais e para uma cilindrada abaixo dos 1.600 cc, variam entre os 30.196 Kz e os 35.734 Kz, sendo que pago trimestralmente, em quatro vezes, varia entre os 34.444 Kz e os 38.332 Kz.

O preço médio anual do Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel (SORCA), de acordo com as contas do Expansão, está no valor de 32.729 mil Kz para uma cilindrada até 1.600 cc, de 40.144 Kz para veículos até 2.500 cc e de 42.561 Kz acima de 2.500 cc

Estes cálculos foram feitos com base nas cotações das cinco maiores seguradoras do mercado, nomeadamente, a ENSA, NOSSA Seguros, Sanlam, Fidelidade e Bic Seguros, considerando simplesmente as cilindradas das viaturas, sendo que na verdade existem outros factores que influenciam os valores dos prémios como a idade dos veículos, a idade dos condutores e o histórico de sinistralidade.

O pagamento do prémio pode ser fraccionado (repartido) até quatro partes, pagamento trimestral, sendo que além desta forma existem mais duas para o pagamento do seguro, anual e semestral. Em termos médios, juntando os preços oferecidos pelas cinco maiores seguradoras do mercado, um veículo com uma cilindrada até 1.600, o seguro anual custa em média 32.729 kz por pagamento anual, 34.300 Kz por pagamento semestral, duas prestações de 17.150 kz, e 38.332 Kz se a modalidade for trimestral, quatro prestações de 9.583 kz.

Na comparação dos preços entre as primeiras cinco seguradoras no mercado, a proposta mais baixa para os seguros anuais são da ENSA, 30.196 kz para as cilindradas até 1.600, 35.734 Kz para cilindradas até 2.500 cc. Para o primeiro caso a Fidelidade tem o prémio mais baixo de 31.333 Kz, a BIC Seguros de 32.860 Kz, a Saham Angola, 33.334 Kz e a NOSSA Seguros 34.526 Kz. No segundo, a ENSA propõe como prémio 35.734 Kz, seguindo-se a BIC Seguros com 40.729 Kz, a Salam Angola, 41.317 Kz, a Nossa Seguros, 42.795 Kz e a Fidelidade com 53.544 Kz.

Estes valores não podem ser comparados de forma directa, pelo que é necessário comparar também as coberturas e as condições de reembolso em caso de sinistralidade. Estes são também seguros contra terceiros, que só garante as indemnizações por danos corporais e ou materiais causados a terceiros, e não aos danos próprios dos segurados. Em caso de acidente, a seguradora só terá de prestar assistência à terceira pessoa, sendo que no caso do segurado queira que exista cobertura para si e para o seu veículo, terá de subscrever um seguro de danos próprios onde as coberturas são diferenciadas de acordo com cada seguradora.

Por exemplo, quando o veículo é novo recomenda-se um seguro contra todos, em alguns países é mesmo obrigatório, pois é a melhor maneira de o proprietário valorizar o seu património, uma vez que em caso de acidente recupera grande parte do valor do carro. Para um veículo em fim de vida, possivelmente o seguro contra terceiros seja o mais indicado.

As seguradoras também oferecem aos condutores a possibilidade de pagamento por prestações, sendo que a diferença dos valores das prestações também depende muito daquilo que é a estratégia de cada operador. Por exemplo, um seguro para veículos entre 1601 cc e 2.500 cc na BIC Seguros custa pago de uma vez 40.729 Kz, sendo para um pagamento trimestral o valor total é de 42.692 Kz, um acréscimo de 4,8%, francamente abaixo da inflação. Já a Salam Angola, para o mesmo caso, "pede" 41.317 Kz pago de uma só vez e 47.512 Kz pago trimestralmente, um aumento de quase 15%. Ou seja, a BIC Seguros faz uma maior aposta no pagamento fracionado, enquanto a Salam Angola premeia mais quem paga a pronto o seu seguro.

A definição dos valores das prestações quando o pagamento é repartido ao longo do ano depende também daquilo que são as necessidades de cada um dos operadores, da sua capacidade de rentabilizar os valores recebidos e naturalmente, do valor da inflação no mercado.

"Preço para todos os bolsos", mas nível de penetração mantém-se

De acordo com a estimativa da Associação das Seguradoras de Angola (ASAN) não haverá mais de 15% de viaturas a circular no País com seguro obrigatório e os especialistas apontam como causas principais a falta de fiscalização e de conhecimento da população nas vantagens do seguro automóvel. Também ainda não existe uma cultura da utilização do seguro na maioria da população

Embora admita que a falta de literacia é um factor importante para o baixo nível de penetração, Paulo Bracons, consultor de seguros, avança que não é o único e aponta três principais motivos:

"Primeiro, os seguros têm uma elevada correlação com a economia e o prolongado período recessivo que Angola tem vivido, e de que está a sair agora, explicam também a fraca adesão ao seguro automóvel; os reduzidos níveis de fiscalização por parte das autoridades policiais e a reduzida penetração de uma rede de distribuidores - agentes em particular - que distribua o seguro automóvel em mercado de retalho contribui para esta situação", refere.

Para outro consultor, Pascoal Diogo, junta-se também outros factores fundamentais, a falta de dispositivo tecnológico moderno de controlo dos veículos com ou sem seguro, fraca densidade urbana, entre outros factores.