Foi tornado público esta semana um despacho do Ministério dos Transportes, onde se define que a mudança dos voos de passageiros para o Aeroporto Internacional Dr.º António Agostinho Neto (AIAAN) será feito de forma gradual, com um prazo que se estende de 10 de Novembro deste ano até 31 de Março de 2025. Volta- -se então à primeira fórmula, lembrando que numa primeira fase havia a ideia de mudar primeiro os voos domésticos e só depois os internacionais, mais tarde foi assumido que seria preferível, por questões operacionais, mudar todos os voos ao mesmo tempo, quando todos os serviços estivessem operacionais, e deveria acontecer a 10 de Novembro, sendo que agora temos uma nova realidade.

De acordo com o que o Expansão apurou, neste dia 10 de Novembro será feita um cerimónia oficial de transição dos voos de passageiros, mas numa primeira fase apenas um destino doméstico passará a ser feito a partir do AIAAN. A TAAG terá um cronograma com a ordem (as datas e os destinos) de mudança para a nova estrutura, mas será anunciado à medida que as condições estiveram criadas. O que foi possível apurar é que os voos internacionais não irão mudar até Fevereiro, possivelmente com a TAAG à frente, e que as companhias aéreas estrangeiras estão a trabalhar com a data limite, 31 de Março.

Por exemplo, é necessário mudar as referências dos bilhetes (para o novo aeroporto passa a ser LBJ), mudar os sistemas de reserva, alterar os códigos dos voos de e para Luanda junto das instâncias internacionais, algo que demorará sempre entre dois a três meses.

Existe também um entendimento por parte dos profissionais do sector de que todos os voos deveriam mudar ao mesmo tempo, por exemplo a questão dos passageiros em trânsito tem de ser vista com muito cuidado, uma vez que a viagem entre o aeroporto 4 de Fevereiro e o AIAAN em dias normais, pode levar mais de duas horas. Apesar de o comboio poder ser uma solução, como se sabe o muro de proteção à linha férrea, que vai permitir maior eficácia na ligação, ainda está por acabar.

Se na questão dos voos domésticos a TAAG pode "mexer" nos horários das ligações para as províncias de forma a atenuar esta dificuldades, no caso de passageiros em trânsito provenientes de destinos internacionais, a uniformização das ligações por Luanda com as companhias estrangeiras é muito mais complicada estando em locais diferentes. Sendo nesta altura uma das apostas da TAAG e do sector em Angola, funcionar também com hub de passageiros, é de prever que os voos internacionais mudem todos ao mesmo tempo. O que parece mais lógico e racional.

Cabe aqui dizer que tem havido uma pressão grande por parte do Presidente João Lourenço para que os voos de passageiros no AIAAN se iniciem o mais rapidamente possível, o que coloca uma pressão suplementar nas costas do ministro e das equipa da ATO (Operador Temporário do Aeroporto). A forma como esta será gerida, como será equilibrado este desejo com as reais condições existentes no terreno para que tudo funcione, será fundamental para o possível sucesso do novo aeroporto. E também para a imagem do País, porque este é um momento em que as entidades estrangeiras estão de olho no que se passa em Angola, e querer ser apressado só por questões políticas pode trazer inúmeros problemas para o futuro. Mas as operações têm de começar, naturalmente.

De acordo com o que apurou o Expansão, o processo de certificação por parte ANAC está em fase adiantada, mas ainda não está concluída, as instalações de apoio aos serviços de catering também estão em fase de conclusão. Os serviços de handling ainda não estão operacionais para um tráfego mais intenso, as pessoas e os procedimentos ainda estão em fase de teste, e a questão da distância implica naturalmente nas questões do alojamento, que serão resolvidas pouco a pouco.

Leia o artigo integral na edição 799 do Expansão, de sexta-feira, dia 25 de Outubro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)