Angola no 3º lugar da produção de crude em África
De acordo com os dados publicados pela Petrangola, Angola foi ultrapassada pela Líbia no ranking de produção africana em 2021, o País produziu uma média de 1,124 milhões barris/dia contra os 1,207 milhões da Líbia. A Nigéria lidera com 1,312 milhões barris/dia.
Angola chegou a liderar o ranking africano em 2008 quando produzia cerca de 1,85 milhões de barris/dia (mbpd) e a Nigéria, na altura passava, por problemas de produção devido aos ataques terroristas do Boko Haran. De lá para cá a nossa produção tem vindo sempre a cair, por falta de estratégia do sector, que esteve cerca de 10 anos sem investir em prospecção e pesquisa. O ano passado voltou a cair, passou de 1,272 mbpd para 1,124 mbpd, uma queda de 12%.
A Líbia pelo contrário, depois de um ano de 2020 em que a sua produção média foi de apenas 389 mil barris/dia, teve durante oito meses grande parte dos seus campos paralisados devido ao conflito interno, estabilizou a situação política em 2021 e saltou para o 2º lugar do ranking africano com uma produção de 1,207 milhões barris/dia. Um crescimento de mais de 300%, ou seja, quatro vezes mais.
Já a Nigéria que lidera o ranking, tal com Angola continua a baixar de produção todos os anos, resultado dos conflitos internos e do envelhecimento das estruturas, produziu em 2021 uma média de 1,312 mbpd contra os 1,439 mbpd de 2020. Uma queda de 9,14%. Recordar que em 2005, há 17 anos, a produção média da Nigéria era de 2,475 mbpd
No quarto lugar aparece a Argélia com um valor médio para 2021 de 911 mil barris/dia, uma quebra de 43% face ao ano de 2020. Este país é no entanto um dos principais produtores de gás do continente e um exportador regular para os principais mercados europeus.
Problemas na Líbia
A Líbia pode perder este ano o 2º lugar do ranking. A companhia petrolífera nacional da Líbia anunciou sábado que um grupo armado encerrou dois campos de petróleo cruciais, fazendo com que a produção diária de petróleo do país caísse 330 mil barris.
A empresa estatal National Oil Corporation disse que o grupo fechou as válvulas no campo de Sharara, o maior da Líbia, e de el-Feel, parando efetivamente a produção nos dois locais. O presidente da empresa, Mustafa Sanallah, anunciou uma medida de força maior, um mecanismo legal que permite que uma empresa não cumpra os seus contratos devido a circunstâncias extraordinárias.
Um responsável pelo sector do petróleo na capital, Tripoli, disse que a milícia que encerrou os campos é da cidade montanhosa de Zintan, a cerca de 136 quilómetros a sudoeste de Tripoli. Os líderes tribais da região estavam a negociar com os líderes das milícias para permitir a retoma da produção de petróleo, disse o oficial, que falou sob condição de anonimato.
A Líbia tem a nona maior reserva de petróleo conhecida do mundo e as maiores reservas de petróleo em África.