Produção de petróleo cai 7% e está abaixo do OGE deste ano
Angola produziu no primeiro trimestre do ano 94,4 milhões de barris de petróleo, o equivalente a uma média diária de 1,049 milhões de barris, o que representa um uma queda de 7% face aos 1,125 milhões produzidos diariamente em média entre Janeiro e Fevereiro do ano passado, ou seja, menos 77 mil barrís/dia face ao período homólogo, de acordo com cálculos do Expansão com base nos relatórios mensais da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).
A produção média de 1,049 milhões de barris/dia nos primeiros três meses do ano está assim 49 mil barris abaixo dos 1,098 milhões de barris/dia de média que o Governo inscreveu no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2025.
O que Angola produziu no primeiro trimestre equivale a 24% dos 400,8 milhões de barris que o Executivo previu no relatório de fundamentação do OGE. Contas feitas, Angola produziu 8,1 milhões de barris a menos primeiros três meses deste ano face a 2024.
Março foi o período que menos produziu, com uma produção média diária de 1,037 milhões, abaixo da registada em Janeiro (1,053 milhões barris/dia) e de Fevereiro (1,055 milhões barris/dia).
Assim, em Janeiro foram realizados trabalhos em 27 poços, enquanto em Fevereiro estiveram em operação 31. Já em Março, estiveram em operação apenas 25, sendo 13 operações de intervenções em poços produtores, oito operações de perfuração em poços de desenvolvimento, três em abandono, e o restantes em fase de pesquisa e suspensos.
O declínio da produção petrolífera é uma realidade no País, não só pela redução dos investimentos, mas também pelo desgaste dos campos. Cerca de 45% dos 1.630 poços de petróleo perfurados no País estão fechados, embora nem todos definitivamente abandonados, segundo a administradora executiva da ANPG, Ana Miala, que falava à imprensa, num encontro denominado "Matabicho com jornalistas", em Luanda em 2024.
No entanto, o sector do oil & gás continua a ser o sector com maior peso no Produto Interno Bruto (PIB), apesar de ter vindo a cair nos últimos anos, devido ao declínio natural da produção, que já roubou mais de 700 mil barris de petróleo por dia em meia dúzia de anos à produção nacional.