Banca e China pressionam bolsas
Criação de um imposto em Itália sobre os lucros extraordinários da banca, corte de rating de bancos norte-americanos e recuo da balança comercial na China pressionaram as bolsas na última semana.
O mercado internacional de acções foi surpreendido, na última semana, por um aumento na aversão ao risco por parte dos investidores, o que resultou na preferência por activos de menor risco.
O governo italiano aprovou a criação de um imposto de 40% sobre lucros extraordinários dos bancos. A seguir ao anúncio, as acções do sector bancário reagiram de forma negativa, embora os efeitos tenham sido limitados após ter sido prestados mais detalhes sobre a aplicação do referido imposto, referindo que esta contribuição não iria superar 0,1% dos activos da instituição e que aquelas que já subiram a taxa de juro dos depósitos não seriam abrangidas.
Na Europa, o índice bolsista Euro Stoxx 600 encerrou a sessão de quarta-feira com uma queda semanal de 1,41%. Nos EUA, por seu lado, a queda foi maior, com realce para o S&P 500 que recuou perto de 3%. Paralelamente, as bolsas reagiram de forma negativa ao corte de rating de 10 bancos de pequeno e médio porte nos EUA pela agência Moody"s, justificado por menores lucros e altos custos de financiamento. Na China, dados da balança comercial indicaram uma queda de 14,5% nas exportações em Julho, aumentando a pressão sobre o governo para implementar medidas que podem reverter a tendência de recessão económica. As importações também caíram 12,4%, sinalizando uma fraca procura interna, após uma queda de 6,8% no mês anterior. Esta percepção é complementada com a evolução dos preços em Julho, cujos dados apontam para uma variação negativa do IPC de 0,3% (deflação), sugerem igualmente constrangimentos no investimento.
Em relação aos activos de renda fixa, especialmente títulos de dívida soberana, foram mais procurados reflectindo a maior aversão ao risco. As "yields" das Eurobonds alemãs a 10 anos recuaram 0,04 pontos percentuais (p.p.) para 2,495% na Europa, e nos EUA caíram cerca de 0,05 p.p. para 4,030%.
No mercado petrolífero, o Brent subiu mais de 4%, situando-se nos 86,56 dólares por barril no final da sessão de quarta-feira, numa semana em que a Administração de Informações de Energia dos EUA publicou um relatório onde se mostrou optimista em relação ao crescimento económico no País, devendo atingir os 1,9% este ano.
Por fim, a Comissão Europeia informou que a União Europeia reduziu significativamente a sua dependência dos combustíveis fósseis russos, sobretudo o gás natural, revelando que em Março, apenas 8% das importações de gás vinham da Rússia, em comparação com mais de 50% registado antes do conflito Rússia e Ucrânia.