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Economia

Stock de crédito bancário cai 2% para 7,8 biliões no primeiro trimestre

DESDE DEZEMBRO DE 2024

Crédito bancário registou um crescimento homólogo de 26% em 2024, mas o cenário mudou ao fim dos primeiros três meses de 2025 influenciado pelas medidas do Governo, para suprir as necessidades de financiamento do OGE.

O stock de crédito bancário registou uma redução de 145,0 mil milhões Kz no primeiro trimestre deste ano, ao sair de 7,9 biliões Kz em Dezembro de 2024 para 7,8 biliões Kz em Março de 2025, de acordo com cálculos do Expansão com base nas Estatísticas Monetárias e Financeiras recentemente publicadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA).

A redução do crédito bancário foi maioritariamente impulsionada pela queda verificada no sector imobiliário (-113,8 mil milhões Kz) que foi responsável por 78% da perda global. Assim como as actividades imobiliárias, a maioria dos sectores também verificou reduções no stock de crédito. Entre as maiores destacam-se a categoria de outros serviços (que inclui diversas actividades não específicas), com uma redução de 91,0 mil milhões Kz e a construção com menos 43,8 mil milhões Kz (ver tabela).

De acordo com o economista Hermenegildo Quexigina, a redução do stock de crédito no primeiro trimestre pode estar directamente ligada ao facto de os bancos terem aumentado os investimentos em títulos da dívida pública, já que as dificuldades que o Estado tem enfrentado para captar dívida pública externa, bem como as necessidades de financiamento no Orçamento Geral do Estado (OGE), levou o Governo a procurar aumentar as emissões de títulos no mercado interno disponibilizando maturidades mais curtas. Só nos primeiros dois meses do ano, o Governo emitiu 658,3 mil milhões Kz entre bilhetes e obrigações do tesouro, mais 191% do que os 225,8 mil milhões Kz registados no mesmo período de 2024, de acordo com cálculos do Expansão com base em estatísticas do BNA sobre o mercado monetário.

O facto de o Governo "rivalizar" com os agentes económicos no acesso ao dinheiro dos bancos tem sido alvo de fortes críticas nos últimos anos, já que os especiliastas defendem que desta forma o Governo acaba por impedir o crescimento das empresas e, por sua vez, entrava o desenvolvimento económico do País.

Por outro lado, o economista Heitor Carvalho acredita que esta redução do crédito também pode estar ligada à situação caótica que se vive a nível internacional. "Nesta incerteza, poderá ser também o início de uma inversão da tendência de crescimento que se vinha registando. Todos os bancos do mundo estão a aumentar as reservas bancárias e a conceder menos crédito", explicou.

Comércio e consumo valem 40% do crédito

Por outro lado, o sector do comércio continua agarrado à liderança do ranking, e mesmo tendo registado uma queda individual de 5,9 mil milhões Kz ainda vale 20,2% crédito, com um total de 1,6 biliões Kz. Logo a seguir está o crédito a particulares, que pressupõe ser consumo, com uma contribuição de pouco mais de 1,5 biliões Kz que equivalem a 19,8% do global. Juntos, comércio e consumo valem 40% do total de crédito bancário.

Além do comércio e particulares, que lideram o ranking, entre os sectores que mais contribuem para o volume do stock de crédito bancário destacam- -se também a categoria da indústria transformadora, que representa 9,3% do total, seguido pela construção com 8,8% e pela administração pública e defesa e segurança social juntamente com a indústria extractiva, ambas com 7,3%.

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