BNA mantém taxa de juro em 19,5% e prevê inflação de 17,5% para este ano
Na primeira reunião do ano do Comité de Política Monetária
Esta é a quarta vez consecutiva que o banco central decide não alterar a taxa de juro directora. Naquela que foi a primeira reunião do ano, o BNA anunciou uma previsão da taxa de inflação de 17,5% para este ano, e justificada pelas expectativas de melhoria da oferta de bens e serviços e pela adequação das condições monetárias à actividade económica.
O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu novamente não mexer nas taxas de juros, mantendo assim inalterado o curso da política monetária. A decisão já era expectável, tendo em conta as últimas decisões do banco central, já que a taxa de inflação mensal tem estado a desacelerar. Esta é a quarta vez consecutiva que o BNA decide não alterar a taxa de juro directora.
Assim, o BNA decidiu manter a taxa BNA em 19,5%, bem como manter a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez em 20,5% (taxa que o banco central cobra aos bancos para lhes emprestar dinheiro) e a taxa de juro de facilidade permanente de absorção de liquidez em 18,5% (taxa que os bancos recebem para depositar fundos no banco central).
Adicionalmente, o Comité de Política Monetária decidiu reduzir o coeficiente de Reservas Obrigatórias, em moeda nacional, de 21% para 20%.
Segundo o governador do banco central, Tiago Dias, a redução do coeficiente de reservas obrigatórias visa libertar liquidez na ordem de 100,0 mil milhões Kz, com vista a situar as taxas do mercado monetário interbancário em torno da taxa directora.
Naquela que foi a primeira reunião do ano, o BNA anunciou uma previsão da taxa de inflação de 17,5% para este ano, justificada pelas expectativas de melhoria da oferta de bens e serviços e pela adequação das condições monetárias à actividade económica.
Tiago Dias referiu que a taxa de inflação mensal em Dezembro do ano passado foi de 1,70%, face aos 1,61% registados em Novembro, tendo a inflação homóloga fixado-se em 27,5%.
"Os preços dos bens e serviços na economia continuam elevados. Todavia, realça-se o abrandamento da inflação mensal, iniciado em Maio de 2024, assim como da inflação homóloga, desde o mês de Agosto, após os picos de 2,61% e 31,09% observados em Abril e Julho, respectivamente", disse o governador do BNA.
Vale recordar que a taxa de inflação homóloga fixou-se em 27,5% em Dezembro de 2024 face aos 20,0% registados em 2023 (um acréscimo de 7,49 pontos percentuais), furando assim as metas do BNA e do Governo, mesmo depois de serem revistas em alta, tratando-se da taxa mais alta dos últimos oito anos.
