Dívida colaterizada por petróleo caiu 14.265 milhões USD desde 2017
No final do I semestre, Angola apenas tinha divida colaterizada com a China no valor de 8.940 milhões USD. Objectivo é que até no final do ano seja de 7.000 milhões.
A dívida pública garantida por petróleo diminui 11% no I semestre, ao passar de 10.150 milhões USD em Dezembro para 8.940 milhões em Junho deste ano, o que significa que o stock caiu 1.210,0 milhões em seis meses.
Este mecanismo do petróleo como colateral é exigido por alguns países e instituições para emprestar dinheiro a países em desenvolvimento e com riquezas naturais, onde a estabilidade fiscal e a capacidade de pagamento podem ser menos previsíveis. Em termos práticos, é uma forma de reduzir os riscos de incumprimento.
O facto é que a dívida garantida por petróleo está numa linha descendente desde 2018, quando o País ainda tinha colaterizados 18.155 milhões USD à China, e 2.379 milhões a Israel e 820 ao Brasil, num total de 21.354 milhões USD, depois de ter atingido o pico de 23.205 milhões em 2017. Contas feitas, desde 2017 a dívida garantida por petróleo encolheu 14.265 milhões USD.
No final do primeiro semestre, Angola apenas tinha divida colaterizada com a China, no valor de 8.940 milhões e o objectivo é chegar até ao final do ano com apenas 7.000 milhões USD. Só a dívida colaterizada à China, que já foi de 19.370 milhões em 2017, encolheu 1.210 milhões entre Dezembro do ano passado e Junho deste ano.
A queda deve-se à aposta em diminuir o quanto antes a dívida ao gigante asiático, o que, segundo Dorivaldo Teixera, director da Unidade de Gestão de Dívida, do Ministério das Finanças, resulta de uma estratégia concertada entre os dois países, que até tem aberto a porta a financiamentos mais recentes, mas de baixo valor. "A perspectiva é, em conjunto, tanto do lado dos chineses como por lado de Angola, criar uma redução da exposição" que o país tem para com a China e que a China tem em relação a Angola, admite o responsável.
Tal como noticiou o Expansão em Abril, quanto ao desejo de Angola de amortizar a sua dívida à China, o director adjunto do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês alertou para o que chamou de "armadilha da assistência" e a dívida a fundos ocidentais, através do qual Angola obtém dinheiro que não é aplicado no sector produtivo. Instado pelo Expansão a identificar esses fundos, Yu Yong escusou-se a responder. "São fundos abertos, são públicos, não queremos apontar nomes", respondeu.