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Economia

Inflação homóloga desacelera para 25,2% e é a mais baixa dos últimos 12 meses

INDICE DE PREÇOS NO CONSUMIDOR (IPC) EM FEVEREIRO

Em Luanda o valor é de 27,3%, tem vindo a aproximar-se da média nacional, tendo registado em Fevereiro o terceiro valor mais baixo, 1,4%, entre as 18 províncias estudadas pelo INE, e abaixo da média nacional que foi de 1,5%. A classe "Saúde" foi a que teve maiores incrementos nos preços a nível nacional.

A inflação homóloga desacelerou pelo sétimo mês consecutivo em Fevereiro, tratando-se do valor mais baixo dos últimos doze meses, indicam os dados do índice de preços no consumidor do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgado esta quarta-feira.

Conforme indica o INE no relatório de Fevereiro, comparando a variação homóloga actual com a registada no mês de Janeiro verifica-se uma desaceleração de 1,2 pontos percentuais (pp).

Em termos de contribuição por classe de despesa, "a alimentação e bebidas não alcoólicas" foi a que mais contribuiu para o aumento do nível geral de preços, com 1,06 p.p. durante o período em análise, seguida das classes bens e serviços diversos com 0,12 pp., e "saúde" com 0,09. As restantes classes tiveram contribuições inferiores a 0,08 pp.

Já em termos mensais, o índice registou uma variação de 1,5% em Fevereiro face a Janeiro, tratando-se do segundo mês consecutivo em que a inflação desacelera (ver gráfico). Analisando as variações mensais regista-se uma desaceleração de 0,08 pp.

Em Fevereiro, a classe "saúde" foi a que registou o maior aumento de preços face a Janeiro, com uma variação de 2,2%. Destacam-se também os aumentos dos preços verificados nas classes: hotéis, cafés e restaurantes com 2,01%, vestuário e calçado com 1,95% e bebidas alcoólicas e tabaco com 1,9%.

A estrutura de ponderação do índice de preços no consumidor nacional indica que as famílias angolanas continuam a gastar mais com a alimentação e bebidas alcoólicas. Só para se ter uma ideia, as famílias gastam perto de 60% dos seus orçamentos com alimentação.

Luanda com taxa de inflação em queda

Já em Luanda, a inflação mensal também desacelerou de 1,54% em Janeiro para 1,45% em Fevereiro, verificando-se uma desaceleração de 0,09 pp, ao passo que, em termos homólogos se regista um abrandamento para 27,30%. Destacam-se também os aumentos dos preços nas classes "saúde" com 2,2%, "hotéis, cafés e restaurantes" com 2,0% cada e "bens e serviços" com 1,5%.

Independentemente do critério, o custo de vida não para de aumentar numa altura em que já foram anunciadas medidas inflacionistas como o aumento dos preços dos combustíveis, as eventuais restrições na importação de proteína animal e diminuição em 30% da quota de pescas para 2025. Já se notam a alta dos preços na aquisição de pescado na costa angolana, sobretudo em Luanda, onde os grandes centros de distribuição informal estão a ser desactivados com pretexto de reorganizar o comércio nestas zonas.

A alta inflação continua a ser dos principais desafios do País, já que este "imposto escondido" acaba por comer os rendimentos das famílias. O custo de vida dos angolanos disparou no ano passado, com a taxa de inflação homóloga a fixar-se em 27,5% em Dezembro face aos 20,0% registados em 2023 (um acréscimo de 7,49 pontos percentuais), furando assim as metas do Banco Nacional de Angola (BNA) e do Governo. Tratou-se da taxa mais alta dos últimos oito anos, pior só mesmo em 2016, quando encerrou o ano nos 41,1%.

As causas da inflação alta no País, que desde 2020 apenas em dois anos esteve abaixo dos dois dígitos, são sempre as mesmas: procura superior à oferta, fraca produção nacional, dependência de produtos importados e depreciação do kwanza face às principais moedas estrangeiras (dólar e euro). Em 2023 e no ano passado acresceram a estes factores a redução dos subsídios aos combustíveis, que acabaram por se reflectir em custos de produção das empresas, depois repassados ao consumidor final. É o caso, por exemplo, das pescas.

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