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Economia

Preço da dúzia de ovos sobe 166% para 1.309 Kz nos últimos cinco anos

Economia

De acordo com o INE, em Janeiro de 2017, uma dúzia de ovos custava 492 Kz, sendo que em Dezembro de 2021 o valor era de 1.309 Kz. A produção nacional também caiu 26,6%, de 75 milhões ovos/mês para cerca de 50 milhões no final do ano passado.

O autoconsumo e percentagem elevada da informalidade nas vendas deste produto, impossibilita que se tenham certezas absolutas sobre o valor do mercado de ovos, a produção nacional e o consumo total do País. Mas ainda assim é possível avançar com números aproximados Relativamente ao valor do mercado, em 2021, tendo em conta o valor médio mensal, 1.090,5 Kz por dúzia, para um consumo estimado de 58,3 milhões de dúzias (700 milhões de ovos), chegamos a um valor aproximado de 63,5 mil milhões Kz.

Este é um valor que tem vindo a crescer nos últimos anos sendo que o preço da dúzia de ovos passou 429 kz em Janeiro de 2017 para 1.309 Kz em Dezembro de 2021, um crescimento de 166%, muito acima do acumulado da inflação no mesmo período. Olhando de forma mais pormenorizada para a evolução do mercado, o preço em Janeiro de 2017 era de 491,2Kz mas em Dezembro do mesmo ano já estava a ser comercializado a 557kz.

No ano de 2018, em Janeiro a dúzia do referido produto saltou para 559,9kz mas passou a custar em Dezembro 620,2kz, importa referir que foi a partir dos finais de 2018 que se começou a observar algumas alterações nos preços de vários produtos essencialmente os alimentares. Em 2019 a dúzia de ovos chegou em Janeiro às prateleiras a 630,6 Kz mas acabou o ano a custar 680,8 kz.

No ano seguinte, em 2020 custava 692Kz, em Janeiro, e no final do mesmo ano disparou para 831,76Kz uma subida percentual de 20,2%, ano em que a inflação chegou aos 24%. Já no ano passado, 2021 os preços continuaram a subir. Em Janeiro a dúzia custava 901,8 Kz e saltou para 1.309 Kz em Dezembro, um crescimento de 45%, francamente acima da inflação, que foi de 27%, justificado também pelo facto da produção nacional ter baixado, obrigando a importar para satisfazer o consumo.

Acrescente-se que o INE anteriormente considerava o preço de apenas seis unidades nas suas estatísticas, mas em 2021 passou a considerar o preço do cartão de ovo (com 30 unidades) que costuma ser mais frequente nas compras das famílias angolanas. O Expansão assumiu o preço da dúzia, unidade utilizada em termos internacionais, para os cálculos que constam neste artigo.

Produção e Consumo

Em 2017 era anunciado que o País era autossuficiente em ovos, numa altura em que a produção era de 75 milhões ovos/mês, com várias empresas a entrar no sector e como desenvolvimento de pequenas explorações em várias provinciais, com destaque para o Bengo, Cuanza Sul e Benguela.

"Hoje a produção é de apenas 50 milhões de ovos/mês", começa por esclarecer Rui Santos, presidente da Associação Nacional dos Avicultores de Angola. Olhando para esta quebra de quase 35% em apenas cinco anos, refere que "a cadeia de produção sem garantias de insumos para a confecção de ração, bem como da aquisição e manutenção dos equipamentos que concorrem para a produção e distribuição ao mercado, nomeadamente as embalagens, a ração, a vacina para as aves e a crise económica, agravada também pela pandemia da Covid-19 foram as principais causas da crise no sector durante os últimos anos".

De acordo com o líder associativo, o censo avícola, realizado há três anos, mostrou que entre os 120 produtores existentes na altura, 50% já haviam paralisado e que 20% estavam em vias de paralisação por vários motivos. Hoje já há o registo de que o número de paralisados ronda os 80%.

(Leia o artigo integral na edição 665 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Março de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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