Saltar para conteúdo da página

EXPANSÃO - Página Inicial

Economia

Produção de petróleo cai 9% para 1,029 milhões barris/dia e pressiona finanças públicas

ANGOLA PRODUZIU MENOS 105,4 MIL BARRIL NOS PRIMEIROS 9 MESES FACE AO PERIODO HOMÓLOGO

Para que se cumpram as projecções do OGE 2025, a produção média diária entre Outubro e Dezembro teria de crescer 275,3 mil barris/dia para 1,304 milhões de barris. São os efeitos do declínio da produção e seria necessário recuar cinco anos para obter uma produção tão elevada.

Angola produziu, entre Janeiro e Setembro 280,9 milhões de barris de petróleo, o equivalente a uma média diária de 1,029 milhões de barris, o que representa uma redução de 9% face aos 1,134 milhões barris/dia produzidos nos primeiros nove meses do ano passado, de acordo com cálculos do Expansão com base nas estatísticas da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG). Com a produção média de 1,029 milhões de barris/dia registada nos primeiros nove meses do ano, o País produziu menos 69,3 mil barris diários face à projecção de 1,098 milhões de barris/dia de média que o Governo inscreveu no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025.

Assim, para atingir os 1,098 milhões de barris/dia previstos no OGE, neste último trimestre do ano, Angola deve subir a sua produção para uma média diária de 1,304 milhões de barris, ou seja, mais 275,3 mil barris/dia entre Outubro e Dezembro face aos primeiros 9 meses do ano, o que é praticamente impossível neste período, tendo em conta que a produção angolana está em declínio há vários anos.

Assim, elevar para patamares de produção do ano de 2020, quando ainda produzia acima dos 1,2 milhões de barris diários, está fora do alcance. Tal como entende o analista do mercado petrolífero da PetroAngola, Vladimir Pereira, esta redução da produção petrolífera nacional deve-se principalmente à falta de investimentos no sector do Oil & Gas nos últimos anos, associada à maturação dos campos existentes. E como consequência, o País dispõe hoje de um volume reduzido de reservas passíveis de serem colocadas em produção.

"Além disso, destaca-se o desafio do envelhecimento das infraestruturas petrolíferas, o que tem provocado um aumento no número de intervenções técnicas e de paragens de produção programadas. E é precisamente essa a realidade actual: diversos campos encontram-se em fase de manutenção e enfrentam elevados custos operacionais, um factor que tem contribuído para a paralisação das actividades em alguns blocos, um deles é o Bloco 4/05", explicou.

É importante, realçar, que embora a produção acumulada nos primeiros nove meses do ano tenha registado uma queda face ao período homólogo, entre Agosto e Setembro, a produção petrolífera cresceu ligeiramente, depois de o País registar, em Julho, uma produção diária de cerca de 999 mil barris, baixando pela primeira vez em 28 meses a barreira psicológica dos 1,000 milhões de barris/dia. Só para termos noção, em Setembro os poços petrolíferos angolanos registaram uma produção média diária de1,059 milhões barris, o nível mais alto desde Novembro do ano passado.

E esta recuperação deve-se, essencialmente, à entrada em funcionamento do Begónia, do CLOV fase 3 e do FPSO Agogo, que iniciaram a produção do "primeiro crude" em finais de Julho. Ainda assim, o declínio da produção petrolífera é uma realidade no País, não só pela redução dos investimentos, mas também pelo desgaste dos campos.

Leia o artigo integral na edição 849 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Outubro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo