Protteja Seguros aposta na saúde para competir num mercado incipiente
A seguradora iniciou a actividade há dois anos, com seguros de responsabilidade civil automóvel e viagens, mas só na semana passada foi oficialmente lançada no mercado angolano.
Um total de 10 milhões USD (cerca de 1 milhão Kz) foi aplicado para a constituição da Protteja Seguros, um novo operador do mercado segurador angolano, que privilegiou o seguro automóvel e de viagens nos seus negócios, de acordo com o presidente do seu conselho administração, Agostinho Kapaia.
Criada através do Despacho Presidencial n.º 158/12, de 20 Fevereiro do ano 2012, a empresa é participada da Leadergroup, uma associação de mais de quatro instituições empresariais e iniciou os seus negócios apenas com os ramos do seguro automóvel e de viagens. Mas prevê, nos próximos anos, alargar-se para o seguro de saúde, o seguro contra incêndio e outros danos, para além da expansão da sua rede de agências em todas as províncias do País.
"O projecto foi lançado hoje, [quinta-feira, 26, de Fevereiro], mas já desde 2014 que nós, efectivamente, tivemos a oportunidade de iniciar o investimento. A abertura de uma seguradora em Angola exige um capital mínimo, e temos esse mínimo de 10 milhões USD [aplicados] para abertura desta seguradora", afirma o Agostinho Kapaia.
A nova seguradora angolana vai contar para o seu funcionamento com uma força de trabalho estimada em 50 funcionários, divididos entre nacionais e estrangeiros, dos quais 30 vão trabalhar em regime de prestação de serviço nas áreas de consultoria e técnicas de informação, conforme avançou o seu PCA, que estima, ainda este ano, aumentar o número de empregados, conforme a expansão das redes de agências.
No plano de expansão da rede de agências, a administração da Protteja aponta as províncias do Huambo e de Benguela como as próximas paragens da empresa, um desejo que prevê realizar, segundo a estratégia da seguradora, até ao ano de 2016. Para 2017, a participada da Leadergroup, tem programado o aumento da capilaridade da rede, com foco na capital e na província do Kwanza Sul, no município do Porto Amboim.
"Vamos abrir novas lojas pelo País, a começar por Luanda, que já dispõe de duas lojas. Vamos priorizar, neste processo, as províncias de Benguela, do Huambo e da Huíla", antevê Agostinho Kapaia, para quem o objectivo da Protteja consiste em "servir todos os segmentos de clientes de forma transversal, procurando adaptar a sua oferta às diferentes necessidades".
Mercado tem margem de crescimento
No acto da apresentação oficial da nova seguradora, que é a 15.ª operadora licenciada no País, o presidente do conselho de administração da Agência Angolana de Supervisão e Regulação de Seguros (ARSEG), Aguinaldo Jaime, considerou que o mercado tem uma "larga margem de expansão", sublinhando que a sua actual taxa de penetração é de apenas quase 1%. "Isto quer dizer que o volume de prémios do sector de seguros sobre o PIB dá um percentual inferior a 1%, e isso diz bem da margem de crescimento que este mercado ainda tem", observou o responsável.
Os seguros são outras das opções de diversificação económica que o Estado tem à sua disposição. Aguinaldo Jaime considerou igualmente que o País "está a atravessar uma fase em que precisa de diversificar a sua economia", devendo "relançar outros sectores de actividade que não propriamente o petróleo e os diamantes".
Por isso, acrescenta, "importa que os empresários tenham à sua disposição mecanismos para se protegerem, quer relativamente aos seus bens, à sua própria vida ou à sua integridade física", referiu.
Sistema financeiro mais forte
Outra observação do líder da ARSEG foi sobre o crescimento do sector mineral, que, na sua visão, constitui outra fonte de diversificação económica. "É importante que o País tenha um sistema financeiro diversificado, que capte poupança para financiar a economia, assegurando protecção às pessoas e aos bens envolvidos na actividade económica", sugere o gestor.
Também chamou à atenção aos responsáveis das seguradoras já licenciadas a operar no País, que, como disse, "não podem pensar que uma vez recepcionado o prémio cessam as suas responsabilidades". Ao contrário, Aguinaldo Jaime alertou que, se houver um sinistro, é preciso que haja a indemnização rápida, dentro dos prazos acordados "para que não se frustre a função económica e social do seguro".