Situação económica do País não está "favorável" para crédito a particulares
Para o cliente particular, o momento da economia no País não é recomendável para pedidos de crédito, opinião unânime entre os gestores da banca nacional que participaram no XI Fórum Banca. Conforme o vice-PCE do Banco Millennium Atlântico, Augusto Baptista, há momentos da economia que não são melhores para fazer crédito, mas sim para poupança.
"Do ponto de vista da rentabilidade, hoje poupar é mais remunerado, ou seja, é melhor que fazer crédito. Penso que hoje não é o melhor momento para pedir crédito para comprar casa", explicou.
Todavia, para as empresas é oportuno pedir crédito, diz o PCE do BFA, Luís Gonçalves. "Se as empresas não pedirem crédito aos bancos, o País não sai do estado em que está". Acrescentou que "o Aviso 10 do BNA é um impulsionador para o acesso ao crédito, mas pode não ser suficiente para resolver toda a componente, porque a viabilidade do projecto não está só no custo do financiamento". Segundo Luís Gonçalves, o BFA vai ceder mais crédito, com mais destaque em 2022, sobretudo para apoiar o sector produtivo, muito ligado à agricultura e indústria.
Do lado do BIC, Hugo Teles afirmou que pretendem continuar a emprestar, mas para projectos que vão arrancar e ter sucesso. "É tempo de financiar mais empresas, mais projectos, menos importação". Salientando que os bancos devem ter quadros qualificados para analisar os riscos dos créditos. Reforçou também a necessidade de os bancos estimularem mais a poupança, sendo um défice da banca nacional. "Precisa criar-se a cultura e ensinar o porquê de poupar".
Para Yonne de Castro, há um conjunto de acções que devem ser feitas para que os bancos possam conceder crédito. "Há necessidade de inovar também nas análises de controlo, na gestão de risco de crédito e formar as equipas. Há necessidade de conhecer os sectores onde estamos a focar-nos, na agricultura, criar equipas especializadas que entendem o negócio na íntegra. Da mesma forma há necessidade de termos sistemas adequados que permitam a concessão de crédito responsável", considerou.
(Leia o artigo integral na edição 636 do Expansão, de sexta-feira, dia 06 de Agosto de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)