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BCG admite ter subornado políticos em Angola

VAI DEVOLVER 12,5 MILHÕES EUR

A Boston Consulting Group admitiu, em comunicado, que entre 2011 e 2017, alguns colaboradores da consultora pagaram indevidamente a políticos angolanos ou indivíduos com influência política para garantir contratos no País. Os subornos em causa foram pagos através do escritório em Lisboa, de acordo com uma investigação do Departamento de Justiça dos EUA, avança o Financial Times.

Os esquemas eram feitos através de transferências de dinheiro para contas offshore, que eram geridas por intermediários ligados a figuras influentes da política angolana e a membros das forças armadas. Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a BCG firmou 11 contratos com o Ministério da Economia e um com o Banco Nacional de Angola, o que terá gerado receitas superiores a 20 milhões EUR ao longo desse período.

Em virtude de sua aceitação da culpa no caso, a consultora comprometeu-se a restituir mais de 12 milhões EUR obtidos com essas operações fraudulentas. Além disso, todos os colaboradores foram demitidos e o escritório em Luanda foi fechado.

Apesar de o caso infringir a legislação dos Estados Unidos, o Departamento de Justiça confirmou que não irá processar a BCG, pois foi a própria consultoria que trouxe à tona a situação, demitindo funcionários e colaborando com as investigações.

Certos funcionários da BCG em Portugal tomaram medidas para ocultar a natureza do trabalho do agente para a BCG quando surgiram questões internas, inclusive retrodatando contratos e falsificando o suposto produto de trabalho do agente", apurou o Departamento de Justiça norte-americano.

Recorde-se que a investigação Luanda Leaks conduzida em 2020, por 34 órgãos de comunicação social pertencentes ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que analisaram 356 gigabytes de dados, tinham denunciado as principais consultoras do mundo, como a PwC, McKinsey e a Boston Consulting Group (BCG), por "facilitarem" o enriquecimento de Isabel dos Santos, filha dos ex-presidente José Eduardo dos Santos, que ficou 38 anos no poder.

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