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Deloitte "chumba" contas do ex-BESA em falência técnica e com prejuízos de 300 mil milhões

BANCO ECONÓMICO COM BURACO DE 627,9 MIL MILHÕES KZ NAS CONTAS

Está em curso uma nova avaliação para efeitos de resolução ao ex-BESA por uma entidade independente designada pelo BNA, que ajudará o supervisor a decidir o futuro do banco. Accionistas não querem meter capital, Estado está sem dinheiro e parece avesso a essa solução. Banco mau e banco bom à vista?

O Banco Económico fechou 2023 com prejuízos de 298,9 mil milhões Kz, um crescimento de 686% face aos resultados líquidos negativos de 38,0 mil milhões Kz registados em 2022, de acordo com cálculos do Expansão com base no relatório e contas da instituição publicado na semana passada. Pelo quinto ano consecutivo, o ex-Banco Espírito Santo Angola (BESA) fecha um exercício financeiro em falência técnica, já que os -627,9 mil milhões Kz de capital próprio representam um agravamento de 72% face aos -364,0 mil milhões verificados em 2022. Para agravar a situação, o auditor externo, a Deloitte, escusou-se a emitir opinião sobre as contas considerando que estas não apresentam de forma apropriada a situação

Apesar de o banco ter intensificado o ano passado o Plano de Reestruturação e Recapitalização iniciado em 2021, fechando 28 agências para um total de 42, e diminuindo em 215 o número de colaboradores para 630, esta redução de despesas da actividade praticamente não teve impacto nas contas, já que a instituição bancária (que recebeu em 2023 60% dos 100 milhões USD pela venda ad sua sede à ANPG) viu os seus prejuízos e capitais próprios agravarem-se em 2023. E isto deve-se, em parte, à desvalorização cambial verificada no ano passado, em que a moeda nacional depreciou 39% face ao dólar e ao euro.

Como 74% dos pouco mais de 1 biliões Kz registados em depósitos dos clientes em 2023 (+30% do que em 2022) são em moedas estrangeiras, sempre que a moeda nacional deprecia significa que os passivos do banco aumentam (depósitos são passivos dos bancos).

E se o passivo aumentou, por outro lado o activo caiu. Em 2023, o banco viu revertida a operação com o actual INVESTPAR (antigo Grupo ENSA), na qual em 2016 o ex-BESA vendeu um conjunto de activos, entre uma carteira de crédito (a maioria dos quais tóxicos) e um conjunto de imóveis, e reincorporou no banco esses activos, desreconhecendo os valores a receber, o que teve "impacto negativo no activo total", admite o banco. E não tem sido fácil vender alguns desses imóveis recebidos em Abril do ano passado.

Leia o artigo integral na edição 799 do Expansão, de sexta-feira, dia 25 de Outubro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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