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Empresas & Mercados

EPAL vai forçar pagamento de dívidas com cortes selectivos em Luanda

Em causa estão 99 mil milhões de kwanzas em dívida só na capital

A Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) arrancou com campanha de cobrança, relativamente coerciva, uma vez que é acompanhada do corte do fornecimento de água potável aos clientes devedores, na centralidade do Kilamba/KK 5000 e na Ilha de Luanda. Em causa, estão dívidas que ascendem aos 99 mil milhões kwanzas. Os cortes incidem sobretudo nos consumidores domésticos, mas as entidades públicas também são maus pagadores.

Caso a empresa efectue o corte do fornecimento de água, para além da dívida, o cliente deverá pagar uma taxa adicional de 9.960 kwanzas para o reabastecimento.

Este é um assunto antigo que a empresa tem debatido nos últimos anos, tendo em conta que muitos clientes se furtam a pagar a conta de água, sobretudo as entidades da administração pública do Estado, institutos públicos, empresas públicas e de comunicação social, entre outras, que, no seu conjunto, acumulam uma dívida considerável, revelou ao Expansão o director comercial da EPAL, Roque Saraiva.

"No âmbito do programa sexta-feira comercial, o prazo para execução da campanha vai até ao final ano. Do lote dos 520 mil clientes, os domésticos representam 95%, sendo 5% distribuídos entre empresas públicas e privadas, sobretudo do sector da indústria", clarificou.

O responsável explicou que o programa visa, também, a negociação com os clientes uma vez que o valor da dívida é extremamente alto, no caso das empresas estamos a negociar com o pagamento em duas modalidades - primeiro 50% e, posteriormente, paga-se a dívida em três prestações parceladas.

Já os clientes domésticos a modalidade é pagar 50% do valor, mais seis prestações parceladas, a fim de liquidar a dívida com a empresa. "Estamos a efectuar cortes aos clientes que têm até três facturas acumuladas em dívida", frisou.

Incumprimento dos clientes condiciona actividades da empresa

O não pagamento da dívida dos clientes condiciona as actividades da empresa, uma vez que a EPAL atravessa dificuldades na aquisição dos produtos químicos, pagar salários e serviços aos fornecedores de equipamentos, bem como a expansão dos serviços de distribuição em zonas que não têm água, disse Roque Saraiva.

Outro assunto que preocupa a empresa é o garimpo de água que tem causado muitos prejuízos. "Apesar de a lei prever a penalização dos infractores que vandalizam os bens públicos, ainda existem muitos indivíduos que praticam este mal sem receio. As autoridades têm que ser implacáveis a fim de desencorajar este tipo de comportamento", afirmou o director comercial da EPAL.