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Empresas & Mercados

Indemnizações pagas reduzem 11% para 91.273 milhões Kz

SECTOR SEGURADOR EM 2022

A contrastar com a redução das indemnizações estão os prémios recebidos pelas seguradoras, que cresceram quase 13% para 313.545 milhões Kz, de acordo com o agregado dos relatórios trimestrais do mercado publicado pela Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG).

As indemnizações pagas pelas empresas seguradoras caíram 11% em 2022, um total de 91.273 milhões Kz, enquanto que os prémios vendidos cresceram 12,87%, 313.545 milhões Kz, o que significa uma taxa de cobertura de 3,4%. Isto significa um aumento face a 2021 quando as indemnizações foram 102.762 milhões Kz para um total de vendas de 277.798 milhões Kz, uma taxa de cobertura de apenas de 2,7%, o que significa maior rentabilidade do sector em 2022 face 2021.

As seguradoras no ramo não vida indemnizaram 88.287 milhões Kz e no ramo vida indemnizaram 2.986 milhões Kz, 96,7% do total para o primeiro e 3,3% para o segundo. Por comparação com os prémios vendidos, o ramo vida vale 92% e o não vida cerca de 8%, o que explica o potencial do ramo Vida, que traz maior rentabilidade para as seguradoras.

Esta diminuição pode ser explicada pela redução da sinistralidade no ramo petroquímica que apresentou, este ano, comparativamente com ano anterior, uma redução de 68,43% para 2.867 milhões Kz. Em termos numéricos, da diferença de menos 11.489 milhões Kz pagos em 2022 face a 2021, 6.214 Kz milhões Kz, cerca de 54%, foram no ramo da petroquímica.

"Em anos anteriores tivemos alguns sinistros de grande proporção em petroquímica e multirisco indústria e, em 2022, foi menos gravoso", explica resumidamente Cristina do Nascimento, administradora da Nossa Seguros. No entanto, o aumento ou a diminuição da sinistralidade no ramo petroquímica faz muita diferença no sector segurador nacional, por ser, obviamente, um ramo que tem custos muito elevados com plataformas e seguro contra acidentes e doenças profissionais.

Por exemplo, se olharmos para os últimos cinco anos é perceptível que as indemnizações sempre mostraram uma tendência de crescimento, mas neste ano houve uma diminuição, por não haver sinistros de grandes proporções comparados com os outros anos (ver gráfico). Este decréscimo no pagamento de indemnizações, quase 11,5 mil milhões Kz, resulta também de um maior controlo das empresas sobre supostas fraudes em sinistros que o sector se vinha a queixar nos últimos anos.

Saúde lidera indemnizações

Em 2022, o ramo com maior peso foi doenças (saúde) com pagamentos de 64% do total das indemnizações pagas, 59.801 milhões Kz. Só para se ter uma ideia, o ramo teve uma contribuição de 112 mil milhões Kz para os resultados do mercado e a presença forte deste ramo foi devido ao aumento de clientes corporativos, fruto da reanimação da economia e o apetite que se causou pelo ramo neste período pós-Covid-19. Após o ramo doença, estão os acidentes de trabalho com 14% (12.664 milhões Kz), automóveis com 12% (10.850 milhões Kz).

Se olharmos para os números da Associação de Seguradoras de Angola (ASAN), feitos com base em 17 seguradoras associadas que representam 99,57% da totalidade do mercado, a taxa de sinistralidade global teve uma redução considerável de 2021 (37,98%) para 2022 (33,18%).

Para Francisco Bamba, gestor de sinistro na Ensa Seguros, quando uma empresa gasta mais do que arrecada, ela não possui um bom desempenho financeiro, no entanto, a redução nas indemnizações acaba por ser vantajoso, porque demonstra que os clientes da seguradora tiveram menos sinistros e quando acontece acaba por ser bom para as companhias.

"O controlo ou a gestão do sinistro é importante, além de oferecer melhor cotação e possibilidade de seguro para o cliente no período de maior recorrência dos eventos, também auxilia na prevenção e diminuição de riscos de acidentes, porque uma boa gestão de sinistro cria impacto nos resultados das seguradoras no final do ano", explica.