Os lucros das 12 seguradoras que publicaram os relatórios e contas de 2023 dentro dos prazos regulamentares cresceram 46% para 19,8 mil milhões Kz, um valor que demonstra que o sector ainda tem de crescer. Só para se ter uma ideia, os lucros do sector segurador equivalem a 2,5% dos 787,7 mil milhões Kz que valem os lucros da banca no ano passado.

A Nossa Seguros é a campeã dos lucros do sector segurador, com os seus resultados líquidos a crescerem 23% para 8.396 milhões Kz. Segue-se a Mundial Seguros na segunda posição depois de os seus lucros terem disparado 1.340% para 5.613 milhões Kz. Já a ENSA Seguros caiu do 2º lugar alcançado em 2022 para o último lugar do pódio, depois de os seus resultados líquidos terem encolhido 1% para 5.284 milhões.

Ainda assim, a seguradora estatal é a campeã dos prémios, com 96.269 milhões Kz (+2,0% do que em 2022. Segue-se a Nossa Seguros com 54.353 milhões (+22,6%) e a Mundial, do BPC, fica no terceiro lugar com 39.841 milhões Kz (+107,7%). Contas feitas, os prémios das 12 seguradoras subiram 21% para 252,4 mil milhões Kz.

Por fim, ENSA e Nossa ocupam o primeiro e segundo lugar do ranking das companhias que mais pagaram indeminizações, com a BIC Seguros a ocupar o terceiro lugar. Ao todo, as 12 companhias seguradoras pagaram 96,1 mil milhões Kz em indeminizações em 2023, mais 55% do que em 2022.

Assim, as principais seguradoras angolanas em 2023 foram a Nossa, a Mundial e a já crónica ENSA Seguros.

No relatório e contas, a Nossa reconhece ter obtido um bom resultado em 2023, liderando o ranking de vendas das empresas privadas de seguros em Angola, "uma conquista que reflecte a implementação do plano estratégico que foi definido numa altura em que a empresa se encontrava em quarto lugar no ranking global das seguradoras", refere o relatório e contas da companhia.

Já a Mundial Seguros, a seguradora que em 2021 deu um salto de 13ª maior operadora do mercado para 5ª maior no final de 2022, aproveitou a distribuição ou comercialização de seguros através do bancassurance, porque "em 16 anos de história nunca a companhia tinha conseguido aplicar este tipo de negócio de distribuir através do banco", aproveitando a dimensão da cobertura da rede BPC em todo o País.

A seguradora faz parte do universo BPC, está com um programa de reestruturação e relançamento da empresa 2021-2025, iniciativa lançada para mitigar os riscos de balanço, reestruturar e optimizar os processos, redefinir as estratégias de negócio e dos sistemas de informação.

Quanto à ENSA, está na lista dos 26 activos que o Governo pretende alienar em Bolsa de Valores este ano, vendendo 30% do capital social da seguradora por via do procedimento de Oferta Pública Inicial (IPO), sendo que 2% das acções para a aquisição, em condições especiais, estão reservados para os trabalhadores e membros dos órgãos sociais da empresa.