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Vendas do sector segurador voltaram a crescer acima da taxa de inflação em 2023

RELATÓRIO DA ARSEG

Foi a segunda vez que aconteceu desde 2014, a outra foi em 2019, o que marca o retorno a um aumento real das vendas do agregado das empresas de seguros instaladas no País. As indemnizações cresceram 59% o ano passado.

Os prémios do mercado segurador em cresceram 21,4%, para 379 mil milhões Kz, representando um crescimento real positivo tendo em conta a taxa de inflação em 2023 de 20%. Desde 2014 que os resultados do mercado segurador têm sido negativos, porque têm crescido abaixo da inflação, com excepção dos resultados de 2019 (quando os prémios aumentaram 30,6% e o valor da inflação foi de 16,9%,) e agora em 2023. Na prática, o sector ganhou valor embora o índice de penetração continue estagnado em 0,60%.

O crescimento do sector foi impulsionado pelo ramo Vida, já vale 13% do total das vendas, com um crescimento de 92% para 48 mil milhões Kz. No segmento Não Vida, o crescimento maior foi no ramo Petroquímica (+30%) para 62.231 milhões Kz, justificado pela desvalorização da moeda nacional, seguidos pelo Responsabilidade Civil Geral (+29%) para 8.659 milhões Kz e Transportes (+28%) para 9.123 milhões Kz. Apesar de o ramo Doença ter o maior peso nas vendas do sector, a verdade é que não tem aumentado, cresceu apenas 2%.

O director do Gabinete de Estudo e Planeamento Estatístico da ARSEG, César Marcelino, manifesta que os números de 2023 são bastantes animadores, mas que existem desafios que o regulador persegue e que acredita que podem ser corrigidos nos próximos anos, nomeadamente com o aumento da literacia financeira.

Quanto aos custos com sinistros deste ano, as seguradoras pagaram indemnizações avaliadas em 161,9 mil milhões Kz, representando um aumento de 59%, em relação ao ano anterior. Como era de esperar, o ramo Não Vida concentrou a maior parte desses custos com o crescimento de 61% para 160,3 mil milhões Kz (99% do total), e o Vida registou uma diminuição de 26% para 1,6 mil milhões Kz,(1% do total). Em 2023 a taxa de sinistralidade cresceu 10%, passando de 33% em 2022 para 43% o ano passado.

O aumento das indemnizações "deveu-se essencialmente a dois grandes ramos, o petroquímica (+3.347%) e o incêndio e elementos da natureza (+1.110%), sendo que, como se era de esperar, sinistros naqueles ramos fortemente influenciam o resultado global dos custos com sinistros, devido a sua alta severidade e ou magnitude, cujos custos normalmente estão avaliados em milhões de dólares", lê-se no relatório. Cabe acrescentar que apesar de ter crescido apenas 3%, as indemnizações do sector saúde valem 50% do valor pago pelas seguradoras, mais de 88,2 mil milhões Kz.

Os activos das seguradoras cresceram 47% face a 2022 para 750,9 mil milhões Kz, já o passivo das seguradoras também aumentou de 61% para 576,6 mil milhões Kz, o que em termos de evolução apresenta um valor negativo. Este resultado tem a ver com o aumento das provisões técnicas que cresceram 69,4%. Os capitais próprios das seguradoras aumentaram 12%.

Os depósitos a prazo com 35% dominam a carteira de investimento das seguradoras, seguidos dos títulos de rendimento fixo com 27%, títulos de renda variável 19% e imóveis 19%. Se olharmos para o desempenho de cada seguradora, a maioria das empresas analisadas mostrou uma margem de solvência superior a 150%, indicador de uma situação financeira saudável.

"Destaca-se que 33% das seguradoras apresentaram uma margem de solvência acima de 250%, evidenciando uma capacidade excepcional de absorção de riscos. É importante apontar que duas seguradoras registaram uma margem de solvência abaixo de 100%, evidenciando a necessidade de medidas para fortalecer a sua posição de capital", refere o relatório.

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