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África

África Austral escapa a queda nos fluxos de IDE no continente

ÁFRICA DO SUL E EGIPTO LIDERARAM ENTRE AS ECONOMIAS RECEPTORAS DE IDE EM ÁFRICA EM 2023

África Austral foi a única região no continente que registou fluxos positivos de IDE em 2023, com um crescimento de 22%, para os 9 mil milhões USD, em contraciclo com as quedas de 3% em África e de 2% no mundo. Energia verde e produção de veículos eléctricos lideraram, por sectores, os investimentos de raiz.

O continente africano atraiu, em 2023, uma parcela crescente dos megaprojectos globais construídos de raiz, os chamados "greenfield", apesar de uma queda de 3% nos fluxos de investimento directo estrangeiro (IDE) em África, para os 53 mil milhões USD, revela o último relatório do Investimento Mundial da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), que destaca "investimentos significativos no sector das energias limpas".

Em termos percentuais, África Austral foi a única região no continente que registou uma subida nos fluxos de IDE (22%), para os 9 mil milhões USD, e África Central registou a maior queda (-17%), para os 6 mil milhões USD. No topo da lista dos greenfield está o projecto de hidrogénio verde, na Mauritânia, empreendimento que deverá gerar um investimento de 35 mil milhões USD, quantia três vezes superior ao PIB do país, estimado pelo FMI em 10,6 mil milhões USD em 2024. África também recebeu mais de 10 mil milhões USD em financiamento para projectos de energia eólica e solar, com os maiores empreendimentos localizados no Egipto, África do Sul - os dois maiores receptores de IDE em África - e Zimbábue. As cadeias de valor nos veículos eléctricos também atraíram avultadas somas de investimento estrangeiro, com os maiores acordos anunciados a incluir uma fábrica de baterias de veículos eléctricos de 6,4 mil milhões, em Marrocos.

África do Sul e Egipto lideraram entre as economias receptoras de IDE em África, enquanto os Países Baixos, França e Estados Unidos formam o top 3 dos países com maior stock de investimento em África, num total de 213 mil milhões USD. África do Sul é o único africano entre as 10 economias com maior stock de IDE no continente, figurando na sexta posição, três lugares abaixo dos EUA, com 33 mil milhões USD. Reino Unido e China fecham o Top 5 das economias que mais investem no continente.

200 mil novos empregos

As vendas transfronteiriças, através de fusões e aquisições, que representaram cerca de 15% dos fluxos de IDE para África nos últimos anos, permaneceram estáveis em 8,5 mil milhões USD, em 2023. Já o valor dos projetos de raiz anunciados para o continente caiu para 175 mil milhões USD, de 196 mil milhões USD em 2022, apesar de a maioria dos países registar um aumento no número de projectos anunciados, para mais de 800, uma subida de 7%. Caso todos os projectos se concretizem gerarão mais de 200 mil empregos, nota o relatório da UNCTAD.

Em termos percentuais, África Austral foi a única região no continente que registou uma subida nos fluxos de IDE (22%), para os 9 mil milhões USD, com "as flutuações em Angola a continuarem a influenciar as tendências". As entradas para a África do Sul diminuíram 43%, apesar de maior actividade nas fusões e aquisições, o que indicia que a crise obrigou a uma recomposição nos negócios.

África Central registou a maior queda (-17%) nos fluxos de IDE. Apesar de um aumento de 56% no número de projectos greenfield e um aumento de 119% no seu valor, a região foi impactada negativamente pela desaceleração nos acordos internacionais de financiamento. O valor estimado dos acordos de IDE em África diminuiu 50%, para os 64 mil milhões USD. Um trambolhão que se segue a uma queda de 20% em 2022.

Leia o artigo integral na edição 780 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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