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África

CEDEAO suspende a Guiné-Conacri na sequência do golpe de Estado

Desde Maio de 2011 que a cotação do alumínio nos mercados internacionais não estava tão elevada

E o golpe de Estado na Guiné-Conacri já mexe com a produção do alumínio a nível mundial. Desde Maio de 2011 que a cotação do alumínio nos mercados internacionais não estava tão elevada. Os preços atingiram os níveis mais altos da última década na passada segunda-feira, após a notícia dos acontecimentos no país da África Ocidental, que é um dos maiores exportadores do mundo de bauxita - matéria-prima necessária para a produção de alumínio. Os preços daquele metal subiram, de acordo com o Financial Times, para 2776 dólares por tonelada na Bolsa de Metais de Londres, o nível mais alto desde há 10 anos.

O principal bloco económico e político da África Ocidental suspendeu a participação na organização da Guiné-Conacri na sequência do golpe de Estado do passado fim de semana, no que é entendido como uma enxurrada de retrocessos à democracia na região. Entre a democratização de África a e a "africanização" da democracia, há países do continente que teimam em optar pela autocracia.

A maioria das organizações internacionais colocou-se no mesmo lado da trincheira da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), dirigida pelo ganês Nana Akufo Addu, na condenção do golpe de Estado na Guiné-Conacri. As Nações Unidas, logo na segunda-feira, através do secretário-geral, António Guterres, que repudiou o golpe e pediu a libertação imediata do Presidente Alpha Condé. A os 55 Estados membros da União Africana (UA), foram no mesmo sentido. A União Europeia também manifestou o seu desagrado atráves do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrel. A França, a ex-potência colonial, condenou o golpe - depois dos relativamente recentes golpes de Estado no Mali e no Chade, países da Francofonia.

O Egipto e a Nigéria, duas das mais relevantes economias do continente, pediram a libertação de Condé. Angola está em sintonia com as vozes de repúdio contra um acto inconstitucional.

Durante uma cimeira virtual realizada a meio da semana, os líderes dos 15 Estados membros da CEDEAO exigiram o regresso à ordem constitucional da Guiné-Conacri e a libertação de Alpha Condé.

O ministro das Relações Exteriores do Burkina Faso, Alpha Barry, será enviado o enviado especial da CEDEAO à Guiné-Conacri. Viagem que determinará o reavaliar da situação por parte da comunidade de Estados da África Ocidental.

Por agora não haverá quaisquer sanções económicas contra a Guiné-Conacri. Mas a resposta deste importante bloco económico não está isenta de críticas, muitos são os que comentam que a comunidade de Estados ficou em silêncio quando Alpha Condé ou Alassane Ouatarra alteram a Constituição - um na Guiné-Conacri e outro na Costa do Marfim, respectivamente - para permanecerem no poder para além dos dois mandatos constitucionais, evidenciando um retrocesso democrático na África Ocidental.

Segundo um artigo da Reuters, e a partir da análise de activistas africanos, estas alterações constitucionais põe em causa os regimes e tornam os países mais permeáveis a golpes de Estado.

Na manhã do passado domingo, ??foram ouvidos tiros em Kaloum, no centro de Conacri, a capital, onde estão localizados o Palácio Presidencial e vários departamentos ministeriais. No final do dia, o tenente-coronel Mamady Doumbouya anunciou na televisão nacional que suas forças capturaram, o presidente Alpha Condé, dissolveram o governo e as instituições nacionais. As fronteiras do país foram fechadas e sua Constituição suspensa. Entretanto, o novo poder militar assume-se como de transição para um poder civil.