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África

Emirados Árabes Unidos suspendem vistos de 30 dias a 20 países africanos

PROIBIÇÃO ESTARÁ RELACIONADA COM IMIGRAÇÃO ILEGAL

Ao contrário do que aconteceu em 2021, quando foram suspensos os vistos a 8 países africanos para conter a propagação da Covid-19, desta vez as autoridades não explicam o motivo.

Costa do Marfim, Gana e Nigéria estão entre os 20 países africanos, que constam no aviso das autoridades de imigração dos Emirados Árabes Unidos (EAU) a anunciar a suspensão de vistos por tempo indeterminado. A proibição afecta 21 países, mas apenas um está fora do continente: a República Dominicana. "Quaisquer pedidos dos países acima mencionados serão devolvidos ou cancelados", afirmam as autoridades dos EAU no aviso que foi enviado a todos os seus parceiros comerciais, incluindo agências de viagem, como refere a BBC. A suspensão tem efeitos a partir de 18 de Outubro e afecta os pedidos de visto de 30 dias.

Além da Costa do Marfim, Gana e da Nigéria, estão proibidos os vistos de curta duração para os cidadãos do Benin, Burkina Faso, Burundi, Camarões, Comores, Congo e República Democrática do Congo, Gâmbia, Guiné Bissau e República da Guiné Conacry, Libéria, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Sudão e Togo e Uganda.

Esta não é a primeira vez que cidadãos de países africanos são proibidos de entrar nos Emirados. Em Dezembro de 2021, a Emirates Airlines anunciou que passageiros de oito países africanos estavam proibidos de viajar através do Dubai, até nova ordem, devido à propagação da Covid 19, como recorda a Africanews. Mas se em 2021 as razões eram claras, desta vez o aviso não avança explicações.

Vários órgãos de informação africanos relacionam a suspensão na emissão de vistos ao aumento da imigração ilegal para os Emirados, a pouco menos de um mês do arranque do Mundial de Futebol 2022, que decorre no vizinho Qatar, entre 20 de Novembro a 18 de Dezembro. "Não foi dada qualquer razão para que os EAU tivessem tomado a decisão, mas fontes disseram que a medida tinha como objectivo manter afastadas as nacionalidades africanas que tinham tirado partido dos vistos de visita para ultrapassar o período de estadia nos EAU", lê-se no The Kenyan Wall Street.

"Muitas pessoas, especialmente africanos que procuram trabalhar nos EAU, na sua maioria no Dubai, têm no passado utilizado os vistos de visita de 30 dias como bode expiatório para permanecer no país", escreve, por sua vez, o Nile Post, um dos mais influentes jornais do Uganda. O jornal refere que muitos cidadãos com visto de turismo "acabam por ficar no país, ilegalmente, enquanto trabalham sem legalizar a sua estadia" nos Emirados Árabes Unidos.

No caso do Uganda, já tinham sido aplicadas restrições das autoridades dos EAU em 2018, altura em que passou a ser exigido "certificado de boa conduta" a todos os ugandeses que pretendiam viajar para os Emirados, além de 5 milhões de xelins na sua conta bancária (o equivalente na altura a 1.340 USD).