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África

Task-force presidencial investiga explosão para evitar novas tragédias na Serra Leoa

Três dias de luto nacional após explosão de camião-cisterna que causou mais de 100 mortos

O Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, prometeu criar um grupo de trabalho na presidência para investigar as causas da explosão de um camião-cisterna carregado de combustível que ocorreu na noite de sexta-feira, dia 5 Novembro, nos arredores da capital, e que resultou em mais de 100 mortes. A task-force presidencial terá ainda a responsabilidade de apresentar recomendações para evitar que futuras catástrofes com estas dimensões ocorram

Além dos 100 mortos, centenas de pessoas ficaram feridas num dos mais trágico acidentes ocorrido no país e que levou o Presidente Maada Bio, que se encontrava Escócia a participar na cimeira do clima COP26, a decretar três dias de luto nacional. As bandeiras vão manter-se a meia haste até ao final do dia de quarta-feira.

O acidente aconteceu quando um "camião que transportava granito se precipitou contra o camião-cisterna", segundo relata o jornal The Sierra Leone Telegraph. Numa tentativa de recolher o combustível, que começou a ser derramado após o choque, centenas de residentes na zona, no caso Wellington, nos subúrbios de Freetown, saíram das suas casas com vasilhames e bidons e precipitaram-se para o camião, que viria a explodir.

Os jornais relatam que muitas pessoas ficaram presas nos seus carros, incapazes de fugir quando o camião-cisterna explodiu, queimando várias casas e veículos.

A dimensão da tragédia levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a mobilizar o envio de 6,6 toneladas de material médico de emergência como resposta inicial aos casos de queimaduras mais graves. A maioria dos feridos foi levada para 34 hospitais militares em Freetown e para os três principais hospitais públicos da capital para tratamentos de emergências. Os hospitais privados da capital e arredores também abriram as portas para prestar assistência a dezenas de pessoas gravemente queimadas.

"Momentos como estes aproximam-nos como uma nação, tal como no passado. Vamos perseverar, recuperar e persistir como nação", declarou o Presidente Julius Maada Bio, prometendo "aumentar as respostas e providenciar os melhores cuidados médicos e psico-sociais às vítimas e suas famílias".

Explosões com camiões cisterna e dezenas de mortes são frequentes em África. Este ano um camião-cisterna explodiu numa auto-estrada no Quénia e matou 13 pessoas. Em Agosto de 2019, a explosão de um camião-cisterna próximo de Morogoro, na Tanzânia, fez mais de 62 mortos. Em 2018, a explosão de um camião que transportava combustível matou 6 pessoas e feriu mais de 34 na Nigéria. E, em 2016, mais de 73 pessoas morreram após a explosão de um camião cisterna em Moçambique, perto da fronteira com o Malawi.

Esta segunda-feira, a imprensa ressoava a questão que mobilizava a opinião pública no país: "Enquanto o povo da Serra Leoa chora a morte dos seus concidadãos, questiona-se porque é que as pessoas ignoraram o enorme risco para as suas vidas, tentando recolher combustível de um camião-cisterna que esteve envolvido num acidente e que provavelmente explodiria. Será pobreza extrema, analfabetismo, ou desrespeito pela lei?", questiona o The Sierra Leone Telegraph.