Obras de expansão do Canal do Panamá estão definitivamente em risco
O Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), liderado pela espanhola Sacyr e pela italiana Impregilo, comunicou esta quarta-feira a ruptura das negociações com a Autoridade do Canal do Panamá, (ACP) o que põe em risco as obras de expansão do canal.
Em comunicado remetido à Comissão Nacional do Mercado de Valores, a Sacyr explica que continua à procura de soluções de financiamento e que a ruptura das negociações põe "em risco iminente" a expansão do Canal do Panamá e até 10 mil postos de trabalho.
"Sem uma solução imediata" as duas partes "enfrentam-se a anos de disputas nos tribunais sobre os passos que levaram o projecto à beira do fracasso", refere a nota, que explica que a solução de financiamento é essencial para poder terminar a obra.
A polémica arrasta-se desde o início do ano quando o consórcio anunciou a suspensão dos trabalhos até receber 1,16 milhões de euros, decisão que as autoridades do Panamá consideraram uma "pressão inaceitável".
Iniciadas em 2007 e com o prazo de conclusão previsto para Junho de 2015 - nove meses depois do acordado - as obras da expansão têm sido afectadas pelo que o consórcio diz ser falta de garantias financeiras.
Foi a terceira vez que falhou a tentativa de chegar a acordo, que pretendia evitar o abandono das obras, depois do GUPC pretender ver reconhecidos sobrecustos de 1.600 milhões de dólares (cerca de 1.200 milhões de euros).
A Autoridade do Canal não reconhece esse valor de custos extraordinários, que considera "desproporcionados" e exige que o assunto seja resolvido por instâncias internacionais previstas no contrato da obra e sem que haja a paralisação dos trabalhados.
O anuncio penalizou fortemente a Sacyr em bolsa, que chegou a estar a cair 7% no arranque da negociação desta quarta-feira.
Lusa / Expansão