David Malpass anuncia demissão da presidência do Banco Mundial
Nomeado pelo então presidente Trump em 2019, seu mandato foi moldado pelas consequências econômicas da pandemia de COVID-19 e da guerra na Ucrânia. A carreira de Malpass abrangeu o governo e Wall Street.
O presidente do Grupo Banco Mundial, David Malpass, vai deixar o cargo até ao final de Junho, informou a instituição, em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 15. A renúncia acontecerá um ano antes do previsto para o fim do mandato.
Segundo o comunicado do Banco Mundial, disponível na sua página de internet, David Malpass informou sobre a intenção de renunciar ao cargo "até o final do ano fiscal", em 30 de Junho deste ano.
"Tendo feito muitos progressos e depois de muito pensar, decidi buscar novos desafios", explicou o presidente do Banco Mundial, citado no comunicado.
No documento, o Banco Mundial não esclareceu como ocorrerá o processo de sucessão de Malpass. Tradicionalmente, o presidente da instituição costuma ser indicado pelos Estados Unidos, maior acionista do grupo.
David Malpass foi o 13.º Presidente do Banco Mundial, e durante o seu mandato, segundo o comunicado, concentrou-se "em procurar políticas mais fortes" para aumentar o crescimento económico, aliviar a pobreza, melhorar os padrões de vida e reduzir o peso da dívida do governo.
À frente da instituição sediado em Washington, nomeado pelo então presidente Trump em 2019, Malpass ressaltou que, durante sua gestão, o Banco respondeu com "rapidez, escala e inovação" às múltiplas crises enfrentadas por países em desenvolvimento.
"Com os países em desenvolvimento a enfrentar crises sem precedentes, estou orgulhoso de que o grupo do Banco tenha respondido com velocidade, escala, inovação e impacto", adiantou, frisando que os últimos quatro anos foram "alguns dos mais significativos" da sua carreira.
Com os países em desenvolvimento sob forte pressão financeira, Malpass tem-se reunido com líderes mundiais para discutir políticas de apoio, incluindo a redução da dívida.
"O Grupo do Banco é fundamentalmente forte, financeiramente sustentável e bem posicionado para aumentar o seu impacto no seu desenvolvimento diante de crises globais urgentes", disse.
Malpass agradeceu aos funcionários e Conselhos de Administração "pelo privilégio de trabalhar" com eles diariamente "para fortalecer a eficácia" das operações do Banco Mundial "nos momentos mais desafiadores."
"Foi uma enorme honra e privilégio servir como presidente da principal instituição de desenvolvimento do mundo ao lado de tantas pessoas talentosas e excecionais", acrescentou Malpass, no comunicado.
Na sua opinião, "esta é uma oportunidade para uma transição de liderança suave" à medida que o Banco trabalha para enfrentar crescentes desafios globais.
Quem é David Malpass
Antes de chefiar o Banco Mundial, o economista, de 66 anos, actuou em diferentes cargos nos governos dos ex-presidentes dos EUA Ronald Reagan, George H. W. Bush e Donald Trump, todos republicanos.
David Malpass iniciou seu mandato de cinco anos, no Banco Mundial, em Abril de 2019, depois de servir no Departamento do Tesouro dos EUA durante o governo Trump. Antes de ingressar no Tesouro dos EUA, Malpass é um economista internacional e fundador de uma empresa de pesquisa macro-económica com sede em Nova York, actuou como economista-chefe do Bear Stearns e conduziu análises financeiras de países ao redor do mundo.
Malpass obteve o bacharelado pela Colorado College e o MBA pela Universidade de Denver. Também tem pós-graduação avançada em Economia Internacional pela Escola de Serviço Exterior da Universidade de Georgetown e estudou espanhol, russo e francês.
De nacionalidade norte-americano, David Malpass e sua esposa Adele Malpass, jornalista, moram em Washington, DC e têm quatro filhos.