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Importações chinesas de petróleo russo batem recorde em Maio

EFEITOS DO CONFLITO MILITAR

As importações chinesas de petróleo russo atingiram o valor máximo em Maio, cerca de 8,42 milhões de toneladas, o que corresponde a 1,99 milhões barris/dia, ultrapassando as remessas da Arábia Saudita, que ainda continua a ser o maior fornecedor do mercado chinês.

Numa base de barris por dia, o volume representou uma recuperação do fluxo de petróleo face a uma baixa de 9 meses registada em Fevereiro (1,42 MBPD) - devido aos confinamentos obrigatórios em grandes cidades na China e ao seu impacto na economia - e um salto de 24% em relação aos 1,6 MBPD importados em Abril.

No mesmo período, Angola posicionou-se como o sexto maior fornecedor de petróleo da China, tendo exportado cerca de 3,15 MT em Maio, um aumento de 33,2% em comparação ao mês de Abril e um declínio de 3,6% em relação ao mesmo período em 2021. De Janeiro a Maio, Angola exportou um total de 14.84 MT para a China, o que representa um declínio de 8,7% em relação ao período homólogo.

Até ao início de Junho, quando a União Europeia adoptou o sexto pacote de sanções à Rússia, não havia orientações explícitas que limitassem as exportações russas de petróleo para a Europa. Aquelas sanções definiram ainda a necessidade da UE reduzir em 90%, até ao final de 2022, as importações de petróleo da Rússia.

A decisão de também proibir a contratação de seguros e resseguros europeus nas cargas marítimas de petróleo russo aumentou ainda mais os custos para as empresas russas. Ao mesmo tempo, aumentaram os descontos concedidos aos compradores asiáticos devido ao risco de comprar petróleo bruto russo.

Desde a invasão à Ucrânia, o fornecimento de petróleo russo para a China subiu para cerca de 2 milhões de barris por dia, o equivalente a um crescimento anual de 55% em Maio, apesar do declínio na produção líquida russa na faixa de 1 milhão de barris por dia. Ao longo deste período, a Índia foi a principal surpresa do mercado internacional de crude porque aumentou as suas compras de petróleo russo para cerca de 800.000 barris por dia em Maio. Naquele mês, a Rússia forneceu 18% das importações da Índia contra o 1% que fornecia regularmente antes da invasão.

À medida que as companhias chinesas se concentraram na compra de petróleo russo, o número de fornecedores de petróleo para a China caiu para 28 em Maio, quando há um ano antes situava-se nos 30. Também se verifica a queda de importações de fornecedores importantes, como é o caso do Brasil. As importações chinesas a partir daquele fornecedor sul-americano caíram 19% em termos homólogos (para 2,21 MT) e 9,3% em relação ao mês de Abril, sendo que as refinarias independentes da China suspenderam as importações de petróleo brasileiro em Maio pela primeira vez desde Janeiro de 2016.

Como resultado, a participação do Brasil no fornecimento à China caiu para 4,8%, quando valia 5,7% do total em Abril e 6,7%, em média, durante 2020. No global dos primeiros cinco meses do ano, a Arábia Saudita continua a liderar com um acumulado de 38,22 MT, mais 4,5% que em 2021, a Rússia ocupa a segunda posição com 34,02 MT, mais 2,8%, seguida do Irão com 23,54 MT, mais 4,1%. Angola ocupa a 7º posição neste ranking 2021, sendo ultrapassada pelo Koweit, uma vez que o ano passado estava no 6º posto.

(Leia o artigo integral na edição 681 do Expansão, de sexta-feira, dia 01 de Julho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)