O calendário económico da última semana revelou bons dados económicos em grandes economias, tendo gerado maior optimismo nos mercados quanto à performance da economia global, afastando, por agora, incertezas em relação ao crescimento deste ano. Na Alemanha, as fábricas registaram aumento de encomendas em Janeiro, no Reino Unido, as vendas a retalho cresceram em Fevereiro, enquanto nos EUA, a actividade do sector dos serviços voltou a acelerar em Fevereiro, ficando acima das expectativas do mercado.

Nos mercados accionistas, o índice de referência para a Europa, o Euro Stoxx 600, acumulou um ganho semanal de 1%, enquanto, nos EUA, o Nasdaq destacou-se com uma valorização de 1,82%. As bolsas da Ásia também fecharam os últimos 7 dias, na generalidade, em alta, tal como em África, onde apenas as bolsas do Egipto e do Gana perderam valor.

Os investidores mantêm-se focados nas próximas alterações de política monetária, numa semana em que foi informado que a inflação homóloga no conjunto de países da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, recuou para 9,2% em Janeiro, abaixo dos 9,4% registados em Dezembro de 2022. Não obstante esta nova descida da inflação, há receios, entre os investidores, quanto à continuidade da subida dos juros pelos bancos centrais, uma vez que esta descida continuou a ser influenciada pela energia e alimentos, sendo que, a inflação que exclui estas duas componentes aumentou ligeiramente.

Na próxima semana, deverão ser realizadas reuniões da Fed, BCE e outros bancos, onde se esperam novas decisões de política monetária. De referir que, esta semana, declarações vindas do Banco Central Europeu sugeriram um novo aumento dos juros, de 50 pontos base, já este mês, ao mesmo tempo que o governador da Fed, Reserva Federal, de Atlanta sinalizou que o banco central norte-americano apenas teria condições de começar a atenuar a subida das taxas de juro a partir de Junho deste ano. No mercado petrolífero, os preços acumularam um ganho semanal acima de 2%, com o barril a negociar acima dos 80 USD/barril em Londres, influenciados, sobretudo, pelo crescente optimismo em relação à procura da China, na semana em que o governo chinês estabeleceu uma previsão de crescimento do País de 5% para este ano, acima dos 3% registados em 2022.

Por fim, outro tema de destaque desta semana, foi a realização da oitava conferência mundial sobre os oceanos, no Panamá, onde foram acordados 341 compromissos de governos para proteger as águas internacionais e monitorizar, por satélite, a pesca ilegal. Foram acordados financiamentos de quase 20 mil milhões de dólares, dos quais 6 mil milhões de dólares seriam concedidos pelos EUA, enquanto a União Europeia anunciou um financiamento de mais de 800 milhões de euros.