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O fracasso da mitigação das alterações climáticas pode levar à catástrofe económica

COP26, Glasgow, Escócia

União Europeia vai investir mil milhões de dólares em hidrogénio verde. Japão 10 mil milhões adicionais para apoiar a transição energética nos países em desenvolvimento. E mais de 100 países comprometeram-se com uma redução significativa de metano. Os Estados Unidos, nas declarações de última hora do Presidente Biden, avançaram com um pacote financeiro de 1,75 biliões de dólares, para uma luta que "não é apenas um imperativo moral, mas também económico".

Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, foi particularmente veemente na cimeira do clima COP26 de Glasgow e deixou o alerta que o fracasso em mitigar as mudanças climáticas vai levar à "catástrofe económica", e por isso aposta nas duas semanas de negociações que se seguem, a cimeira decorre até ao dia 12 de Novembro, por agora há sinais positivos com dezenas de países a estabelecerem metas concretas para a neutralidade carbónica.

A China, um dos grandes poluidores, está debaixo de forte pressão para começar a cortar as emissões de gases de efeito estufa a partir mais cedo, logo a partir de 2025. A China comprometeu-se a fazê-lo a partir de 2030.

No entanto, no que toca a promessas adiadas, o mundo desenvolvido passou a meta dos 100 mil milhões de dólares por ano para o financiamento à transição energética, de 2020 para 2023, ainda que haja alguma esperança, especialmente devido aos compromissos individuais do Japão e do Reino Unido que esse valor possa vir a ser alcançado já 2022.

Os países da União Europeia, entretanto, promovem um pacote de investimento, público e privada, de forma a obter mil milhões de euros para investir num programa designado EU Castalyst, em parceria com Bill Gates e com o Banco Europeu de Investimento, para a produção e comercialização de tecnologias limpas inovadores como é o caso do hidrogénio verde.

A União Europeia considera que o hidrogénio verde é uma tecnologia vital para emissões líquidas de zero carbono até 2050. O programa europeu começará a selecionar projectos para financiar a partir do próximo ano.

O programa alagar-se para projectos de desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação, os voos de comerciais, em especial ou de longo curso, são particularmente poluentes.

A ideia avançada por Bill Gates é que urgente anular a diferença de cinco biliões de dólares que actualmente existe entre os combustíveis fósseis mais baratos e as tecnologias renováveis mais caras, ou seja, uma evolução que vá no sentido de uma maior rentabilidade das renováveis.

Bruxelas compromete-se em avançar, a partir do orçamento comunitário, com parte do investimento mas espera que por cada dólar de investimento público se venha a obter três dólares de investimento privado.

Outro avanço significativo em Glasgow foi o compromisso entre os Estados Unidos e a União Europeia, ao qual se juntaram mais 100 países, para redução de gás metano (CH4), altamente poluente e que contribui ainda mais para o aquecimento global do que o dióxido de carbono (C02), o acordo vai no sentido de uma redução de 30% até 2030.

O metano, emitido pela agricultura e pecuária, combustíveis fósseis e resíduos, é o segundo gás com efeito de estufa mais importante ligado à atividade humana depois do dióxido de carbono (CO2). Ainda que pouco falado, tem um efeito de aquecimento cerca de 29 vezes superior ao CO2 durante um período de 100 anos, e cerca de 82 vezes durante um período de 20 anos.

E do Japão veio a promessa, através do primeiro-ministro Fumio Kishida, de um apoio adicional de 10 mil milhões em financiamento para a transição energética para os países em desenvolvimento, por agora, serão cerca de dois mil milhões por ano nos próximos cinco ano a acrescentar aos 60 mil milhões já prometidos.

O Japão assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050 e a redução dos gases de efeito estufa em 46% até 2030.