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TotalEnergies responde a apelos do governo francês e prolonga limite no preço de combustíveis

GOVERNO FAZ ACORDO COM EMPRESAS PARA BAIXAR PREÇOS DE 5 MIL PRODUTOS DE CONSUMO DIÁRIO

O Executivo de Emmanuel Macron prepara-se para tributar os lucros extraordinários das empresas que exploram as autoestradas, dentro dos esforços do Executivo para baixar preços.

O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, fez um acordo com os principais retalhistas e produtores de alimentos para baixar preços de 5 mil produtos de consumo diário e, esta terça-feira, 12, saudou a decisão da TotalEnergies de estender para 2024 o limite de preço estabelecido para este ano para os combustíveis, de 1,99 euros por litro, respondendo aos apelos do governo aos retalhistas para conter os aumentos.

A decisão da petrolífera francesa significa que o limite dos preços dos combustíveis vendidos nos postos de abastecimento que a TotalEnergies tem em França permanecerá "além do final de 2023" e "enquanto os preços permanecerem elevados", como esclarece um comunicado da empresa. Segundo o Le Monde, o limite de 1,99 euros por litro foi definido em Fevereiro de 2023, mas em meados de Setembro só estava em vigor em 2.600 dos 3.400 postos que a TotalEnergies tem em funcionamento em França.

A decisão da petrolífera francesa surge em resposta ao apelo que o ministro Le Maire dirigiu aos fornecedores de combustíveis para "fazerem um esforço" e mostrarem "solidariedade" face ao aumento de preços, depois de o Intermarché, que opera 1.500 postos em todo o país, ter optado por vender combustível ao preço de custo. O governo francês mantinha esta semana contactos com outros grandes retalhistas com estações de serviço, como o Carrefour, para seguirem o exemplo da TotalEnergies. O Executivo de Emmanuel Macron prepara-se também para tributar os lucros extraordinários das empresas que exploram as autoestradas.

Os esforços do governo francês para baixar os preços dos alimentos e dos transportes intensificam-se na semana em que as projecções trimestrais do Banco Central Europeu (BCE) colocam a inflação acima de 3% em 2024, reforçando a convicção de um 10.º aumento consecutivo da taxa de juros, esta semana, com impacto nos custos de habitação.

Vários governos europeus tentam tomar medidas para combater ou atenuar o impacto do aumento do custo de vida, como aconteceu no ano passado em que Espanha, Grécia e Roménia aplicaram impostos sobre os lucros extraordinários das companhias do sector da energia, aproveitando uma directiva da União Europeia, de Março de 2022, em que autoriza os Estados-membros a adoptar medidas de emergência para apoiar empresas e famílias.

No início de Agosto, Itália decidiu aplicar um imposto inesperado de 40% sobre os lucros extraordinários dos bancos, limitado aos exercícios financeiros de 2022 e 2023, decisão que mereceu, esta quarta-feira, críticas do Banco Central Europeu. O BCE, num parecer jurídico não vinculativo, afirmou que a decisão do governo italiano não considerava as perspectivas de longo prazo dos credores e poderia tornar alguns deles vulneráveis a uma recessão económica.

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