Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Opinião

"Angola, quanto tempo falta para amanhã?"

Laboratório Económico

Esta pergunta feita em 2002 por Paulo de Carvalho tem muito mais sentido e actualidade formulada hoje, ou, recuando no tempo, em 2009, depois da crise financeira e económica internacional que afectou os fundamentos da economia angolana de uma forma ainda hoje visível.

Os seis anos de recessão consecutiva (2015-2020) são a expressão mais evidente de que os alicerces do crescimento não existem e que as políticas públicas não têm sido as mais acertadas, persistindo-se na quebra do preço do barril de petróleo como a causa mais importante para se explicarem os soluços no comportamento da produção nacional. Quanto tempo falta para amanhã se perguntado hoje tem um significado muito preciso e, quiçá mesmo, dramático: de quanto tempo se necessita para retirar da pobreza mais de 14 milhões de cidadãos? Especialmente de boas políticas que engendrem desenvolvimento, igualdade, solidariedade e inclusão.

A meta de redução da taxa de pobreza para 24,5% em 2022, estabelecida no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018- -2022, não vai acontecer, nem mesmo se não tivesse ocorrido a pandemia da Covid-19, cujos efeitos económicos e sociais aprofundaram a crise colectiva no país(2). De resto, e segundo reconhecimento oficial(3), o PDN, passados três anos e seis meses desde o início da sua implementação, foi executado em pouco mais de 50% do programado. Como, de resto, sempre aconteceu com a maior parte dos programas, planos e políticas elaboradas pelo MPLA desde a independência do país. Porquê este reduzido índice de execução? Talvez por excesso de optimismo na escolha de objectivos e estabelecimento das metas, deficientes avaliações das políticas, falta de capacidade ou de vontade de se estabelecerem prioridades, ausência de estudos custo-eficácia e custo-eficiência sobre a aplicação de recursos orçamentais que facilitassem o recentramento dos objectivos, etc.

A questão da definição de prioridades, para além de corresponder a uma prática salutar de governação - pois consente poupança de recursos financeiros, sempre escassos - limita a prática de tráfico de influências e facilita o escrutínio político sobre os resultados.

(Leia o artigo integral na edição 627 do Expansão, de sexta-feira, dia 04 de Junho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo