Fintech: A inovação tecnológica no sector financeiro e as tendências
As Fintech de pagamentos estão a revolucionar o sector financeiro em Angola e no mundo, com soluções ágeis, convenientes e centradas no consumidor. Plataformas inovadoras de transferência electrónica, pagamentos multicanal e carteiras digitais estão a mudar permanentemente a forma como realizamos transacções financeiras.
A principal contribuição das Fintech no mercado angolano reside na sua capacidade de oferecer serviços financeiros acessíveis e ágeis. Através de tecnologias como blockchain e inteligência artificial, estas plataformas permitem transacções rápidas e seguras, atraindo um segmento de população até aqui sem acesso a determinados serviços ou sistemas financeiros tradicionais. As carteiras digitais, por exemplo, proporcionam um meio conveniente para o armazenamento e gestão de fundos, eliminando a necessidade de interacções físicas, o que se revela essencial em áreas menos urbanizadas.
Este novo paradigma traz eficiência, através da tecnologia, e impacta positivamente tanto consumidores como empresas: processos manualmente burocráticos são automatizados, permitindo pagamentos instantâneos, integrados e seguros. Pessoas físicas ganham em conveniência e custos reduzidos. E o mercado corporativo beneficia da velocidade no recebimento de valores e desburocratização de processos. A título de exemplo, podemos observar como o Multicaixa Express permite que pagamentos sejam feitos com rapidez e segurança sem a presença física das pessoas, e mesmo a transferência de valores.
Na verdade, as fintechs impulsionam a inclusão financeira, para possibilitar o acesso de todos, incluindo a da população desbancarizada a serviços que antes lhes eram negados por barreiras geográficas ou falta de histórico bancário. O seu alcance digital universaliza o sistema financeiro e permite uma série de novos produtos e serviços, assim como a facilitação de operações que até aqui não seriam possíveis.
Em Angola, apesar do grande potencial, a adopção de fintechs ainda enfrenta alguns desafios, especialmente no que diz respeito a confiança, regulatórios e infra-estrutura. As pessoas têm de começar a confiar nos produtos e serviços associados a estes métodos para começarem a utilizá- -los. Por outro lado, questões legais relacionadas a pagamentos electrónicos, uso de dados e conformidade com políticas de prevenção à lavagem de dinheiro geram incerteza. E, por fim, a infra- -estrutura onde tudo funciona, embora tenha observado um grande investimento nos últimos ano, precisa, tal como noutros mercados, de ser continuamente actualizada para não perder relevância. Estes cenários afectam a confiança dos investidores no apoio ao empreendedorismo e empreendedores locais.
Assim, e considerando os desafios e oportunidades, é importante estabelecer marcos regulatórios, em cooperação com todos os players do sector, que equilibrem a segurança e a inovação. Sandboxes regulatórios podem facilitar a experimentação de novos modelos sob monitorização dos órgãos competentes e desenvolver produtos e serviços em ambiente controlado e protegido, para resultados mais rápidos e eficientes.
Não nos podemos esquecer que impacto das fintechs no mercado financeiro angolano vai além da mera prestação de serviços, mas criará empregos, fomentará o empreendedorismo e promoverá a inclusão financeira. Ao facilitar o acesso ao crédito e a outros serviços financeiros, as fintechs têm um papel muito importante no desenvolvimento económico, contribuindo para a redução da pobreza e para a estabilidade financeira das famílias.
O amadurecimento do ecossistema de fintechs trará benefícios mútuos. As startups terão segurança jurídica para prosperar, enquanto os bancos tradicionais poderão integrar soluções tecnológicas nas suas estratégias. O mercado, os consumidores e a economia ganharão com um sistema financeiro mais eficiente, ágil e inclusivo.
Cabe a todos os intervenientes, governamentais e empresariais, o papel de arquitectos desta mudança. Regulação moderna e investimento em empreendedorismo tecnológico são as bases para que o país alcance seu potencial como pólo de inovação em serviços financeiros digitais.