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Opinião

Podem as empresas de petróleo liderar o caminho para a descarbonização?

CONVIDADO

O sector do O&G movimenta anualmente 4 biliões USD (Tusd), através das suas cadeias de abastecimento (4% do PIB mundial). A concretização de projectos de energias renováveis cada vez maiores exigirá a orquestração de ecossistemas complexos de fornecedores, parceiros e activos. A profunda experiência das empresas de O&G na gestão de cadeias de abastecimento globais complicadas, na optimização de activos e no domínio da logística de entregas será especialmente valiosa num mercado de energias renováveis mais complexo e interligado.

Assistimos a uma mudança notável nas perspectivas em relação ao Oil & Gas (O&G). A conversa sobre o fim do petróleo foi substituída pelo reconhecimento da importância actual do sector, e do papel que desempenhará à medida que o mercado da energia se transforma. O O&G é responsável pela satisfação de 55% das necessidades globais de energia e há sectores inteiros que continuam dele dependentes, sem substitutos viáveis a curto prazo.

Apesar disto, vemos um reconhecimento crescente de que os ingredientes necessários para garantir uma transição energética bem-sucedida - capital abundante, conhecimentos técnicos e experiência em operações e mercados complexos - são abundantes nas empresas do sector.

Força de capital

Serão necessários até 5,8 biliões USD (Tusd) por ano até 2050. A profunda experiência do sector do O&G na angariação de capital, mesmo nos mercados mais competitivos, bem como a sua capacidade de manter balanços robustos e retornos consistentes, significa que está bem equipado para financiar novos negócios inovadores no domínio da energia.

Excelência da cadeia de abastecimento

O sector do O&G movimenta anualmente 4 biliões USD (Tusd), através das suas cadeias de abastecimento (4% do PIB mundial). A concretização de projectos de energias renováveis cada vez maiores exigirá a orquestração de ecossistemas complexos de fornecedores, parceiros e activos. A profunda experiência das empresas de O&G na gestão de cadeias de abastecimento globais complicadas, na optimização de activos e no domínio da logística de entregas será especialmente valiosa num mercado de energias renováveis mais complexo e interligado.

Optimização dos custos através da tecnologia

As empresas do sector do O&G têm um historial de utilização da tecnologia para reduzir os custos à escala. As tecnologias digitais melhoraram a produtividade do O&G não convencionais de forma exponencial na última década. Esta capacidade de aplicar continuamente a inovação digital pode ajudar a aliviar as pressões sobre a rentabilidade, que provavelmente se intensificarão à medida que aumenta a concorrência entre energia fóssil e verde.

Gestão dos riscos

A aplicação do montante de capital necessário para fazer a diferença no planeta está repleta de possibilidades de derrapagens de custos e atrasos. As empresas de O&G são altamente competentes na identificação e mitigação dos riscos inerentes a grandes projectos, bem como dos riscos decorrentes da operação em várias jurisdições e num mercado altamente volátil.

Esta combinação de capital e outras competências cria uma resiliência que definirá os vencedores num futuro energético mais incerto. As empresas resilientes não se limitam a enfrentar condições difíceis - continuam a inovar apesar delas. As empresas do sector do O&G há muito que aperfeiçoaram a capacidade de se adaptarem e flexibilizarem rapidamente à medida que os mercados flutuam.

Diferentes visões: Como as empresas de O&G podem evoluir

As tradicionais integrated oil companies (IOC) prevêem uma transição gradual ao ritmo da rapidez com que as infra-estruturas de distribuição e consumo podem ser substituídas. Estas empresas estarão concentradas na descarbonização das operações e no desenvolvimento de alternativas de baixo carbono com uma logística semelhante. É provável que mantenham o rumo, continuando a centrar-se no O&G e tendo sucesso, através da obtenção do modelo operacional mais eficiente com a menor pegada de carbono.

As empresas privadas e independentes do sector prevêem o rápido fim da era dos hidrocarbonetos, uma reengenharia completa do cenário energético e o aparecimento de tecnologias que pouco se assemelham ao actual cabaz energético.

As empresas públicas dos países produtores de O&G, que produzem grande parte do petróleo mundial, assim como a estratégia dos próprios governos, entre os quais Angola, estarão concentradas em maximizar o valor dos recursos que lhes foram confiados, bem como em maximizar as receitas que podem proporcionar para financiar uma vasta gama de programas governamentais. Os investimentos de transição centrar-se- -ão na criação de emprego e na preservação dos fluxos de receitas. Continuarão a produzir petróleo suficiente para cumprir os objectivos de receitas e emprego do Estado, mas começarão a reequilibrar as carteiras no sentido de uma energia com baixo teor de carbono.

No entanto, para a maioria das organizações, ainda é necessário colmatar lacunas críticas em termos de competências, tecnologia e talento, algumas das quais são um legado do sub-investimento da última década no sector. Estas lacunas são ainda mais visíveis nas empresas de origem nacional em Angola.

É assim essencial que as empresas do sector do O&G se foquem nas seguintes prioridades:

Leia o artigo integral na edição 743 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Setembro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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