À medida que a economia global começa a emergir da crise da Covid-19, a gestão dos riscos de inflação será muito mais desafiante nos países em desenvolvimento do que nas economias avançadas. Isto reflete a natureza dos choques que impulsionam a inflação e o facto de os países de baixos rendimentos não possuírem as mesmas "armas" para lhes responderem de forma eficiente. Uma combinação de choques e vulnerabilidades específicas pode, assim, ameaçar seriamente a estabilidade económica e a prosperidade destes países.

Para os banqueiros centrais dos países ditos desenvolvidos, o caso a favor do agravamento da política monetária mais cedo do que tarde deve ser meticulosamente equilibrado. Se esperamos muito tempo, a inflação pode descontrolar-se como há 100 anos, e se intervimos cedo de mais, a recuperação económica ainda frágil pode vacilar, como em 2008.

Para os mercados ditos emergentes ou em desenvolvimento como Angola, por outro lado, os argumentos estão fortemente inclinados mais para um lado - o controle imediato da inflação descontrolada. É por isso que esta semana, o Banco Nacional da Polónia tornou-se o mais recente País a aderir a um clube de países de rendimento médio ou médio- -baixo, ao lado da Hungria, Rússia, México, Colômbia, Angola e Brasil, que recentemente aumentaram as suas taxas. O aumento da Polónia foi modesto, elevando as taxas de 0,1% para 0,5%, mas foi uma medida prudente. Os bancos centrais dos países emergentes têm menos espaço de manobra para esperar e ver se os aumentos dos preços e os estrangulamentos da oferta são temporários.

*senior advisor

(Leia o artigo integral na edição 646 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Outubro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)